Duas histórias
tristes
Estas duas histórias foram enviadas para o meu número de Whats App.
Resolvi transcrevê-las para este Blog.
I. A escravidão mudou de forma mas persiste na vida do povo brasileiro.
Até as igrejas que se dizem cristãs, que apoiaram a escravidão no Brasil, continua dando esse apoio e confessando aos quatro cantos do mundo que continuam cristãs.
SERÁ?
[23/10 02:25] Ao chegar no Brasil e ver de perto a escravidão, Darwin escreveu
esse relato:
“Perto do Rio de
Janeiro, minha vizinha da frente era uma velha senhora que tinha umas tarraxas
com que esmagava os dedos de suas escravas. Em uma casa onde estive antes, um
jovem criado mulato era, todos os dias e a todo momento, insultado, golpeado e
perseguido com um furor capaz de desencorajar até o mais inferior dos animais.
Vi como um garotinho de seis ou sete anos de idade foi golpeado na cabeça com
um chicote (antes que eu pudesse intervir) porque me havia servido um copo de
água um pouco turva…
E essas são coisas
feitas por homens que afirmam amar ao próximo como a si mesmos, que acreditam
em Deus, e que rezam para que Sua vontade seja feita na terra! O sangue ferve
em nossas veias e nosso coração bate mais forte, ao pensarmos que nós,
ingleses, e nossos descendentes americanos, com seu jactancioso grito em favor
da liberdade, fomos e somos culpados desse enorme crime.”
(Charles Darwin, A
Viagem do Beagle – Whats App, 23.10.2019)
II. Esta segunda história, nos fala de uma situação política do Brasil, que sofreu uma reforma desastrosa.
Sim.
Desastrosa.
O povo brasileiro, que não conseguiu libertar-se totalmente da escravidão, vê seus direitos confiscados, fazendo-o voltar muitos passos, dentre os conquistados na direção de sua libertação.
QUE FAZER?
[23/10 05:37] Num país imensamente pobre e desigual, em que parte significativa
da sociedade é solene e historicamente desassistida, é aprovada a reforma que
mantém privilégios de quem tem privilégios, amplia desigualdades e
desequilíbrios sociais e regionais, que afaga os militares - afinal, se um dia
o povo acordar serão eles usados para manter a "ordem", descendo o
cacete no próprio do povo do qual fazem parte -, que atende aos banqueiros e
especuladores, que preserva vantagens na parte de cima da estrutura enquanto
arranca o couro e o osso dos que estão embaixo.
Às professoras e
professores, nosso pesar e nossa promessa de continuar lutando, como fizemos
até aqui, mesmo, muitas vezes, sem eco, sem os nossos ao nosso lado, apesar de
todos os alertas e chamamentos. Aos trabalhadores e cidadãos em geral, a
manutenção da convocação para a luta permanente, pois é o que nos resta.
Homens brancos
urbanos endinheirados decidem o destino de uma sociedade plural e densa.
"Nossos" representantes, escolhidos por "nós". Restaram em
nossa defesa as Genis que muitos embarcaram na onda de defenestrar para, ao
fim, entregar o país ao que de pior se apresentou. Foram bravos estes que nos
defenderam tentando impedir tamanho mal, mas foram poucos e insuficientes,
porque "nós escolhemos" outros.
Arminha com a mão,
bíblia sob o braço, crucifixo no peito e absolutamente nenhum apego aos pretos,
aos pobres, às mulheres, aos idosos, aos desvalidos, aos trabalhadores. Ouvidos
apenas dispostos a aceitar o que a elite dita. Zero escuta ao povo e seus
clamores. Escolhas. Escolhas...
Sigamos na luta,
porque é a única coisa que resta a quem tem o mínimo de decência e o
espírito da desobediência.
(Prof. Marialvo Barreto –
Whats App, 23.10.2019)