sábado, 31 de julho de 2021

Educação e Religiosidade: Que fiz? Que faço e o que farei por Cristo?

 

Que fiz? Que faço e o que farei por Cristo?

3ª noite do Tríduo, em homenagem a Sto. Inácio de Loyola

Comunidade Santo Inácio de Loyola

paróquia de Todos os Santos

Arquidiocese de Feira de Santana – Bahia/Brasil

Tema: Ver novas todas as coisas em Cristo

30Jul2021

Cosme Castor

Boa Noite!

Canto: A nós descei Divina Luz!

Inácio de Loyola

- Nasceu nos fins do sec. XV

- Foi pajem, na corte da Espanha. Depois, foi para o exército e tornou-se um grande comandante de tropas.

- Participando da guerra, contra a França, foi ferido no cerco de Pamplona, na Espanha. Foi curar-se, no castelo de Loyola, onde nasceu.

- Ali ficou em quarentena, para cuidar da saúde, como está acontecendo com muita gente nos dias de hoje.

- Acostumado a uma vida de aventuras, de repente, passou a viver isolado do mundo. E veio a incerteza. Será que ficaria bom e voltaria aos campos de batalha?

Que tipo de vida teria dali em diante?

- Novamente, como muita gente nos dias de hoje, enquanto estava na quarentena, procurou preencher o tempo de alguma forma.

No entanto, na época dele, não tinha a internet. Se não tinha a internet, não tinha o facebook, o instagran e nem o “zap”.

Ele não tinha nem mesmo a televisão, nem a quantidade e a variedade de livros e outros recursos que as nossas bibliotecas têm, atualmente.

- Mesmo assim, resolveu ler. Já que não podia estar nos campos de batalha. Pediu para ler livros de aventuras, principalmente, os que falavam de cavaleiros e de cavalaria.

Mas alí só tinha livros que falavam sobre a vida de Cristo e a vida dos santos.

Descobriu que aquelas pessoas dedicavam a vida ao serviço para as pessoas menos favorecidas dentro da sociedade: os mais pobres, os doentes, os que não tinham o que comer nem mesmo vestir.

Essas pessoas não tinham a quem recorrer. Elas viviam abandonadas a própria sorte. Começou a refletir sobre tudo o que leu.

Começou a refletir sobre aquela forma de vida, com os ensinamentos de Jesus Cristo e os testemunhos dos santos.

Notou que uma coisa diferente acontecia, à medida que ia lendo e tomando conhecimento daquela forma de vida.

Cresceu a vontade de ler mais e conhecer mais sobre a vida dos santos e, especialmente, sobre a mensagem que Jesus Cristo trazia para os homens e para as mulheres, para o povo.

Impressionado com o que tomou conhecimento, questionou-se:

“Por que não posso eu fazer o que todos esses fizeram?”

Ele passou muito tempo, orando e fazendo penitência, mesmo depois que se recuperou.

Refletiu muito sobre o que fazer de sua vida e resolveu fazer uma pergunta a ele mesmo:

Que fiz? Que faço e o que farei por Cristo?

Será que essas perguntas podem ser úteis, também, para cada um de nós?

- Que fiz?

Essa pergunta nos leva a fazer uma revisão de vida.

Em casa, quando formos fazer uma revisão de vida, vamos escolher um momento e um local calmo e tranquilo, que nos ajude a analisar essas três perguntas. É bom anotar o que achar necessário em um caderno.

Daí, fazemos uma oração, pedindo a Deus que nos ilumine e começamos a nossa revisão.

Então, perguntamos a nós mesmos como foi, até hoje, o nosso relacionamento com Jesus Cristo, com a Igreja e com os irmãos?

Para responder, a gente lembra: sempre fui católico; sempre fui à Missa, todo domingo; sempre rezei, pela manhã, ao levantar; e à noite, ao me deitar.

- E vai meditando!

E com meus irmãos, como foi o relacionamento dentro de casa, na escola, no trabalho e nos demais ambientes que frequento?

- E vai meditando!

Na prática, o que fiz pelos irmãos, na minha comunidade?

- E vai meditando!

Fui consciente de que a quem mais é dado, mais é cobrado? Tenho recebido muitos dons de Deus?

Fui praticante da Palavra ou, apenas, ouvinte? A mensagem do Evangelho que eu ouvi, até hoje, fiquei para mim ou passei para os meus irmãos?

- E vai meditando!

Tomando como exemplo a vida de Santo Inácio, notamos que ele se isolou, durante um bom tempo, meditando, orando e refletindo sobre tudo que ele tinha feito na vida.

Concluiu que muita coisa estava acontecendo dentro dele. Terminou mudando os caminhos a seguir em sua vida.

E depois dessa revisão, será que eu chego a alguma conclusão? Deixo tudo como está? Ou consegui pensar em novos planos, novas ações e novo ritmo para minha caminhada? Não precisa mudar nada?

Vamos guardar aqui as nossas informações sobre a revisão de vida.

É bom anotar o que achar necessário em um caderno.

Vamos para a segunda pergunta.

- Que faço?

Agora, vamos ver como estamos hoje.

Como estou hoje, diante de Cristo? E diante da Igreja? E diante dos irmãos?

Estamos atravessando essa fase de pandemia. A maioria das pessoas, isoladas em casa, principalmente, os mais velhos.

Que tenho feito durante esse isolamento? Lendo muito? Rezando muito? Direto no Zap, no face, no instagran?

Quanta coisa boa eu tenho encontrado! E, também, quanta besteira! Quanta gente vazia, que se deixa encher de maldades! Ou sou eu que estou vazio?

Será que tenho contribuído para unir o Povo de Deus, com as mensagens que repasso?

Ou tenho me transformado em uma tentação para os outros e contribuído para distribuir ódio e separação entre nós, irmãos em Cristo, Povo de Deus?

Nós temos exemplo de muitos amigos que terminaram brigando e ficando inimigos porque se deixaram levar pelas muitas mentiras ou fake news que estão sendo divulgadas nas redes sociais.

Terminaram querendo e mesmo sem querer, servindo ao senhor do mal, para atender aos interesses de determinados grupos.

Devemos ter muito cuidado com as falsas notícias. Elas só prejudicam o povo para.

Continuando a me perguntar sobre o que faço por Cristo, eu lembro:

A minha contribuição tem sido pequena ou grande na minha comunidade? Participo das atividades e dos eventos promovidos pela minha Paróquia? Ou tenho sido ausente? Ou tenho me acomodado? preciso participar mais?

 - Que farei por Cristo?

Depois da revisão de vida, feita com base na primeira pergunta, “Que fiz por Cristo”, e da reflexão sobre o “Que faço por Cristo?”, hoje, vejo que ainda não participo de nada. Ou: creio que já tenho uma boa participação.

Então, verifico que posso fazer um pouco mais e até posso fazer muito mais, como Sto. Inácio concluiu! E não ficou parado.

Movimentou-se; partiu para a ação, como vimos na exposição, feita pelo padre Davi, na noite de ontem, sobre a vida de Inácio e da Companhia de Jesus.

Ele renunciou a tudo que tinha e a tudo que vivia, por um bem maior. Foi em busca de uma vida nova.

Aqui, eu me volto para o Evangelho e vejo que a proposta de Sto. Inácio segue ao que Jesus Cristo quer de nós:

- Jo 13,34: - Amai-vos uns aos outros, como eu vos tenho amado.

E lembro que Jesus demonstrava o Seu amor, ensinando, mas também, fazendo sempre alguma coisa pelo irmão: curava os problemas de saúde; dava o pão para quem tinha fome; falava do amor do Pai; e até deu a vida por todos nós.

. Atender ao que Ele nos propôs: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”, quer dizer, aproxime-se dos seus irmãos, veja de que ele está precisando, procure uma forma de ajuda-lo. Não fique aí parado.

Em outra proposta, Jesus Cristo disse para nós:

- Mt 28,19: - Ide e ensinai a todas as nações...

Então, Ele quer que a gente leve a palavra Dele a todas as pessoas; não somente aos amigos; mas a todos! Essa é a nossa missão. Por isso, somos chamados de missionários. Será que estamos correspondendo?

Por isso que Santo Inácio nos diz: Em tudo, amar e servir. Como o Cristo, ele nos lembra que, se você ama, deve demonstrar o seu amor pelas suas ações, pelas suas atitudes.

Na paróquia, há uns 2 meses, estudamos a Encíclica Fratelli Tutti, Papa Francisco. Na sua Encíclica, ele nos falou de muitas coisas da nossa vida, que acontece todos os dias, conosco ou com alguém que nós conhecemos.

Ele lembrou que somos todos irmãos e também nos deu muitas pistas, para aprendermos a andar sempre pelos caminhos que o Cristo nos ensinou:

- O caminho da amizade, do diálogo e do perdão, para viver uma vida de união, com todos os irmãos.

Voltando à pergunta de Santo Inácio, na parte que fala sobre o que posso fazer por Cristo, eu me convenço de que não basta somente ir à Missa e, todo dia, rezar de manhã e de noite.

São duas ações muito importantes para o nosso relacionamento com Deus. Mas como fica meu relacionamento com o outro?

É por isso que digo que devo participar da vida da minha comunidade. Devo me aproximar mais dos meus familiares, dos meus vizinhos, dos meus amigos e, também, daqueles que eu não conheço, mas sei que precisam da minha ajuda.

Portanto, para ajudar a responder o que você pode fazer por Cristo, procure uma pastoral de sua Paróquia, da sua comunidade, e participe daquela atividade que você mais gosta. Dê a sua colaboração.

Por exemplo: na semana passada, pelo zap, eu percebi uma notícia que pedia um kg de feijão, para colaborar com uma campanha de arrecadação de alimentos, que estava sendo feita na Paróquia, para ajudar aos mais necessitados. É mais uma oportunidade de colaborar. Se eu posso, eu participo.

Não se acomode: você pode fazer muito mais por você e pelo seu irmão.

Isto tudo, lhe falamos com segurança, porque, mesmo que você não perceba, Jesus Cristo está sempre ao seu lado, para lhe ajudar, para lhe dar apoio em todas as suas necessidades.

Quer ver uma coisa simples e fácil de fazer e que acontece muito na vida da gente? Às vezes a gente diz: - Se estudar, eu vou melhorar de vida. E por que não estuda? O que falta para começar? Você não quer? Você não precisa?

Faça como Sto. Inácio: decida o que quer fazer de sua vida e comece.

Inácio nos traz a lição do descobrir-se, sair da acomodação e seguir em frente.

Inácio nos lembra que devemos reconhecer os dons recebidos de Deus. Devemos agradecer e também valorizar esses nossos talentos.

Seguindo as orientações de Sto. Inácio, tivemos uma Semana de Oração Acompanhada, na nossa paróquia, que teve a participação de muitas pessoas de Feira de Santana e de todas as regiões do Brasil.

Aprendemos muito com as experiências que Sto. Inácio viveu e deixou para nós, escrevendo os “Exercícios Espirituais”, obra que está registrada em livros.

Foi como voltar para casa para recarregar as baterias, como no chamado que Jesus Cristo fez aos discípulos, em Mt 28,16-20, para depois voltar para a caminhada.

Dentre as lições que aprendemos nessa semana, destaco a que nos fala que devemos seguir a nossa caminhada sem medo, porque Jesus está a nos acompanhar. Então, podemos aceitar o desafio de Cristo e atravessar para a outra margem do lago, sem medo.

Se precisar, vamos pedir a ajuda de Cristo. Ele atende.

Um irmão meu, Nivaldo, mais novo do que eu, falecido há 4 anos, era católico, mas achava que eu era mais preparado do que Ele, nesse campo da fé em Deus.

Ele dizia que não conversava muito com Deus porque não se sentia muito preparado para uma conversa mais profunda. E brincava comigo, dizendo que ele deixava essa conversa com Deus para mim. Ele preferia conversar com Cristo, porque Cristo era jovem como ele e podia entendê-lo melhor.

Então, na hora que sentir necessidade, fale com Deus, ou fale com Cristo, ou com Maria, ou com Inácio, ou ainda com seu Santo de devoção. Fale com aquele que você se sentir mais a vontade.

Mas na hora que precisar, pode chamar, que Jesus lhe atende.

Tenha a certeza de que você pode fazer muito mais.

Por isso, vamos manter bem acesas, em nossas memórias, essas três perguntas de Santo Inácio de Loyola:

- Que fiz? Que faço? E o que farei por Cristo?

E mais: lembrem o que Sto. Inácio nos recomenda:

“Em tudo amar e servir”.

REFERÊNCIAS:

Rahm, Haroldo J. – Treinamento de Liderança Cristã – TLC. Edições Loyola. São paulo. Brasil. 1998.

BÍBLIA SAGRADA: Edição de Estudos. 5ª. edição. Editora Ave Maria. Edição Claretiana. São paulo. Sp – Brasil. 2015.

sábado, 17 de julho de 2021

Educação e Amizade: Procura-se um amigo

Novamente, o "Zap":

 Procura-se um amigo

 

Cosme Castor

Sáb, 17/07/2021 09:55

 

“Deliciosa Carta de Vinícius de Moraes para Tom Jobim

mas, que serve de reflexão, e referência, para cada um de nós.”

 

"Caro Tonzinho, estou em Paris, num hotel com sacada sobre uma praça, que dá para toda solidão do mundo e há uma placa que diz:

Procura-se um amigo. Não precisa ser homem, basta ser humano, ter sentimento, ter coração. Precisa saber falar e saber calar no momento certo. Sobretudo, saber ouvir.

Deve gostar de poesia, da madrugada, de pássaros, do sol, da lua, do canto dos ventos e do murmúrio das brisas. Deve sentir amor, um grande amor por alguém, ou sentir falta de não tê-lo. Deve amar o próximo e respeitar a dor alheia. Deve guardar segredo sem sacrifício. 

Não precisa ser puro, nem totalmente impuro, porém, não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e sentir medo de perdê-lo. Se não for assim, deve perceber o grande vazio que isso deixa. Precisa ter qualidades humanas. Sua principal meta deve ser a de ser amigo. Deve sentir piedade pelas pessoas tristes e compreender a solidão.

Que ele goste de crianças e lastime as que não puderam nascer e as que não puderam viver. Que goste dos mesmos gostos. Que se emocione quando chamado de amigo. Que saiba conversar sobre coisas simples e de recordações da infância. 

Precisa-se de um amigo para se contar o que se viu de belo e triste durante o dia; das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças d’água, de beira de estrada, do cheiro da chuva e de se deitar no capim orvalhado. Precisa-se de um amigo que diga que a vida vale a pena, não porque é bela, mas porque já se tem um amigo. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo.

Precisa-se de um amigo para se ter consciência de que ainda se vive.” 💕🌷🌷