Que
fiz? Que faço e o que farei por Cristo?
3ª noite
do Tríduo, em homenagem a Sto. Inácio de Loyola
Comunidade
Santo Inácio de Loyola
paróquia
de Todos os Santos
Arquidiocese
de Feira de Santana – Bahia/Brasil
Tema:
Ver novas todas as coisas em Cristo
30Jul2021
Cosme Castor
Boa Noite!
Canto: A
nós descei Divina Luz!
Inácio de Loyola
- Nasceu nos fins do sec. XV
- Foi pajem, na corte da
Espanha. Depois, foi para o exército e tornou-se um grande comandante de
tropas.
- Participando da guerra,
contra a França, foi ferido no cerco de Pamplona, na Espanha. Foi curar-se, no
castelo de Loyola, onde nasceu.
- Ali ficou em quarentena, para cuidar da saúde, como está
acontecendo com muita gente nos dias de hoje.
- Acostumado a uma vida de
aventuras, de repente, passou a viver isolado do mundo. E veio a incerteza.
Será que ficaria bom e voltaria aos campos de batalha?
Que
tipo de vida teria dali em diante?
- Novamente, como muita
gente nos dias de hoje, enquanto estava
na quarentena, procurou preencher o tempo de alguma forma.
No entanto, na época dele,
não tinha a internet. Se não tinha a internet, não tinha o facebook, o instagran e nem o “zap”.
Ele não tinha nem mesmo a televisão, nem a quantidade e a variedade
de livros e outros recursos que as nossas bibliotecas têm, atualmente.
- Mesmo assim, resolveu ler.
Já que não podia estar nos campos de batalha. Pediu para ler livros de
aventuras, principalmente, os que falavam de cavaleiros e de cavalaria.
Mas alí só tinha livros que
falavam sobre a vida de Cristo e a vida
dos santos.
Descobriu que aquelas
pessoas dedicavam a vida ao serviço para as pessoas menos favorecidas dentro da
sociedade: os mais pobres, os doentes, os que não tinham o que comer nem mesmo
vestir.
Essas pessoas não tinham a
quem recorrer. Elas viviam abandonadas a própria sorte. Começou a refletir
sobre tudo o que leu.
Começou a refletir sobre
aquela forma de vida, com os ensinamentos de Jesus Cristo e os testemunhos dos
santos.
Notou que uma coisa
diferente acontecia, à medida que ia lendo e tomando conhecimento daquela forma
de vida.
Cresceu a vontade de ler
mais e conhecer mais sobre a vida dos
santos e, especialmente, sobre a mensagem que Jesus Cristo trazia para os
homens e para as mulheres, para o povo.
Impressionado com o que
tomou conhecimento, questionou-se:
“Por que não posso eu fazer
o que todos esses fizeram?”
Ele passou muito tempo,
orando e fazendo penitência, mesmo depois que se recuperou.
Refletiu muito sobre o que
fazer de sua vida e resolveu fazer uma pergunta a ele mesmo:
Que fiz? Que faço e o que
farei por Cristo?
Será que essas perguntas
podem ser úteis, também, para cada um de nós?
- Que fiz?
Essa pergunta nos leva a
fazer uma revisão de vida.
Em casa, quando formos fazer
uma revisão de vida, vamos escolher um momento e um local calmo e tranquilo,
que nos ajude a analisar essas três perguntas. É bom anotar o que achar
necessário em um caderno.
Daí, fazemos uma oração,
pedindo a Deus que nos ilumine e começamos a nossa revisão.
Então, perguntamos a nós
mesmos como foi, até hoje, o nosso relacionamento com Jesus Cristo, com a
Igreja e com os irmãos?
Para responder, a gente
lembra: sempre fui católico; sempre fui à Missa, todo domingo; sempre rezei,
pela manhã, ao levantar; e à noite, ao me deitar.
- E vai meditando!
E com meus irmãos, como foi
o relacionamento dentro de casa, na escola, no trabalho e nos demais ambientes
que frequento?
- E vai meditando!
Na prática, o que fiz pelos
irmãos, na minha comunidade?
- E vai meditando!
Fui consciente de que a quem
mais é dado, mais é cobrado? Tenho recebido muitos dons de Deus?
Fui praticante da Palavra
ou, apenas, ouvinte? A mensagem do Evangelho que eu ouvi, até hoje, fiquei para
mim ou passei para os meus irmãos?
- E vai meditando!
Tomando como exemplo a vida
de Santo Inácio, notamos que ele se isolou, durante um bom tempo, meditando,
orando e refletindo sobre tudo que ele tinha feito na vida.
Concluiu que muita coisa estava
acontecendo dentro dele. Terminou mudando os caminhos a seguir em sua vida.
E depois dessa revisão, será
que eu chego a alguma conclusão? Deixo tudo como está? Ou consegui pensar em novos
planos, novas ações e novo ritmo para minha caminhada? Não precisa mudar nada?
Vamos guardar aqui as nossas
informações sobre a revisão de vida.
É bom anotar o que achar
necessário em um caderno.
Vamos para a segunda
pergunta.
- Que faço?
Agora, vamos ver como
estamos hoje.
Como estou hoje, diante de
Cristo? E diante da Igreja? E diante dos irmãos?
Estamos atravessando essa
fase de pandemia. A maioria das pessoas, isoladas em casa, principalmente, os
mais velhos.
Que tenho feito durante esse
isolamento? Lendo muito? Rezando muito? Direto no Zap, no face, no instagran?
Quanta
coisa boa eu tenho encontrado! E, também, quanta besteira! Quanta gente vazia,
que se deixa encher de maldades! Ou sou eu que estou vazio?
Será que tenho contribuído
para unir o Povo de Deus, com as mensagens que repasso?
Ou tenho me transformado em
uma tentação para os outros e contribuído para distribuir ódio e separação
entre nós, irmãos em Cristo, Povo de Deus?
Nós temos exemplo de muitos
amigos que terminaram brigando e ficando inimigos porque se deixaram levar
pelas muitas mentiras ou fake news que estão sendo divulgadas nas redes
sociais.
Terminaram querendo e mesmo
sem querer, servindo ao senhor do mal, para atender aos interesses de
determinados grupos.
Devemos ter muito cuidado
com as falsas notícias. Elas só prejudicam o povo para.
Continuando a me perguntar
sobre o que faço por Cristo, eu lembro:
A minha contribuição tem
sido pequena ou grande na minha comunidade? Participo das atividades e dos eventos
promovidos pela minha Paróquia? Ou tenho sido ausente? Ou tenho me acomodado?
preciso participar mais?
- Que farei por Cristo?
Depois da revisão de vida,
feita com base na primeira pergunta, “Que fiz por Cristo”, e da reflexão sobre
o “Que faço por Cristo?”, hoje, vejo que ainda não participo de nada. Ou: creio
que já tenho uma boa participação.
Então, verifico que posso
fazer um pouco mais e até posso fazer muito mais, como Sto. Inácio concluiu! E não
ficou parado.
Movimentou-se; partiu para a
ação, como vimos na exposição, feita pelo padre Davi, na noite de ontem, sobre
a vida de Inácio e da Companhia de Jesus.
Ele
renunciou a tudo que tinha e a tudo que vivia, por um bem maior. Foi em busca
de uma vida nova.
Aqui,
eu me volto para o Evangelho e vejo que a proposta de
Sto. Inácio segue ao que Jesus Cristo quer de nós:
-
Jo 13,34: - Amai-vos uns aos outros, como eu vos tenho amado.
E lembro que Jesus
demonstrava o Seu amor, ensinando, mas também, fazendo sempre alguma coisa pelo
irmão: curava os problemas de saúde; dava o pão para quem tinha fome; falava do
amor do Pai; e até deu a vida por todos nós.
. Atender ao que Ele nos
propôs: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”, quer dizer, aproxime-se dos
seus irmãos, veja de que ele está precisando, procure uma forma de ajuda-lo.
Não fique aí parado.
Em outra proposta, Jesus Cristo disse para nós:
-
Mt 28,19: - Ide e ensinai a todas as nações...
Então, Ele quer que a gente
leve a palavra Dele a todas as pessoas; não somente aos amigos; mas a todos!
Essa é a nossa missão. Por isso, somos chamados de missionários. Será que estamos
correspondendo?
Por isso que Santo Inácio
nos diz: Em tudo, amar e servir. Como o Cristo, ele nos lembra que, se você
ama, deve demonstrar o seu amor pelas suas ações, pelas suas atitudes.
Na paróquia, há uns 2 meses,
estudamos a Encíclica Fratelli Tutti, Papa Francisco. Na sua Encíclica, ele nos
falou de muitas coisas da nossa vida, que acontece todos os dias, conosco ou
com alguém que nós conhecemos.
Ele lembrou que somos todos
irmãos e também nos deu muitas pistas, para aprendermos a andar sempre pelos caminhos que o Cristo nos ensinou:
-
O caminho da amizade, do diálogo e do perdão, para viver uma vida de união, com
todos os irmãos.
Voltando à pergunta de Santo
Inácio, na parte que fala sobre o que posso fazer por Cristo, eu me convenço de
que não basta somente ir à Missa e, todo
dia, rezar de manhã e de noite.
São duas ações muito
importantes para o nosso relacionamento com Deus. Mas como fica meu
relacionamento com o outro?
É por isso que digo que devo participar da vida da minha comunidade.
Devo me aproximar mais dos meus familiares, dos meus vizinhos, dos meus amigos
e, também, daqueles que eu não conheço, mas sei que precisam da minha ajuda.
Portanto, para ajudar a
responder o que você pode fazer por Cristo, procure uma pastoral de sua
Paróquia, da sua comunidade, e participe
daquela atividade que você mais gosta. Dê a sua colaboração.
Por exemplo: na semana
passada, pelo zap, eu percebi uma notícia que pedia um kg de feijão, para
colaborar com uma campanha de
arrecadação de alimentos, que estava sendo feita na Paróquia, para ajudar
aos mais necessitados. É mais uma oportunidade de colaborar. Se eu posso, eu
participo.
Não se acomode: você pode
fazer muito mais por você e pelo seu irmão.
Isto tudo, lhe falamos com
segurança, porque, mesmo que você não perceba, Jesus Cristo está sempre ao seu lado, para lhe ajudar, para lhe dar
apoio em todas as suas necessidades.
Quer
ver uma coisa simples e fácil de fazer e que acontece muito na vida da gente? Às
vezes a gente diz: - Se estudar, eu vou melhorar de vida. E por que não estuda?
O que falta para começar? Você não quer? Você não precisa?
Faça como Sto. Inácio:
decida o que quer fazer de sua vida e comece.
Inácio
nos traz a lição do descobrir-se, sair da acomodação e seguir em frente.
Inácio
nos lembra que devemos reconhecer os dons recebidos de Deus. Devemos
agradecer e também valorizar esses nossos talentos.
Seguindo
as orientações de Sto. Inácio, tivemos uma Semana de Oração Acompanhada, na
nossa paróquia, que teve a participação de muitas pessoas de Feira de Santana e
de todas as regiões do Brasil.
Aprendemos
muito com as experiências que Sto. Inácio viveu e deixou para nós, escrevendo
os “Exercícios Espirituais”, obra que está registrada em livros.
Foi
como voltar para casa para recarregar as baterias, como no chamado que Jesus
Cristo fez aos discípulos, em Mt 28,16-20, para depois voltar para a caminhada.
Dentre
as lições que aprendemos nessa semana, destaco a que nos fala que devemos
seguir a nossa caminhada sem medo, porque Jesus está a nos acompanhar. Então,
podemos aceitar o desafio de Cristo e atravessar para a outra margem do lago,
sem medo.
Se
precisar, vamos pedir a ajuda de Cristo. Ele atende.
Um irmão meu, Nivaldo,
mais novo do que eu, falecido há 4 anos, era católico, mas achava que eu era
mais preparado do que Ele, nesse campo da fé em Deus.
Ele dizia que não conversava muito com Deus porque não se
sentia muito preparado para uma conversa mais profunda. E brincava comigo,
dizendo que ele deixava essa conversa com Deus para mim. Ele preferia conversar
com Cristo, porque Cristo era jovem como ele e podia entendê-lo melhor.
Então, na hora que sentir
necessidade, fale com Deus, ou fale com Cristo, ou com Maria, ou com Inácio, ou
ainda com seu Santo de devoção. Fale com aquele que você se sentir mais a
vontade.
Mas na hora que precisar,
pode chamar, que Jesus lhe atende.
Tenha a certeza de que você
pode fazer muito mais.
Por isso, vamos manter bem
acesas, em nossas memórias, essas três perguntas de Santo Inácio de Loyola:
-
Que fiz? Que faço? E o que farei por Cristo?
E mais: lembrem o que Sto. Inácio
nos recomenda:
“Em
tudo amar e servir”.
REFERÊNCIAS:
Rahm,
Haroldo J. – Treinamento de Liderança Cristã – TLC. Edições Loyola. São paulo.
Brasil. 1998.
BÍBLIA
SAGRADA: Edição de Estudos. 5ª. edição. Editora Ave Maria. Edição Claretiana.
São paulo. Sp – Brasil. 2015.
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