sábado, 30 de novembro de 2019

Educação e Religiosidade: Ano Novo Litúrgico


Ano Novo Litúrgico

Refletindo sobre a festa da nossa Paróquia, lembrei que ela se situa no mês de novembro, dia 1º, junto com o Dia de Finados, dia 02, e o Dia Nacional de Ação de Graças, dentre outras festas também importantes do calendário civil e litúrgico. Lembrei também que este mês reúne as últimas semanas do final do ano litúrgico.
Concluí que estas celebrações convidam as pessoas para viverem a sua santidade por toda a vida (Dia de Todos os Santos) e depois da morte (Dia de Finados), bem como, encerra esse ciclo com o louvor e o agradecimento a Deus (Dia Nacional de Ação de Graças).
Então, entendi que essa programação é uma sábia maneira criada pela nossa querida Igreja Católica para nos preparar para a grande festa do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, no início do NOVO ANO LITÚRGICO, tempo do Adevento.
Para compreender melhor, vejam o que encontrei sobre a estrutura do ANO LITÚRGICO:
I – CICLO DO NATAL
1.  ADVENTO - É o início do Ano Litúrgico e acontece nas 04 (quatro) semanas que antecedem o Natal.
2.  Logo, o primeiro domingo do Advento é o primeiro dia do ano novo.
Nesse período, vivemos a expectativa diante do Cristo que irá nascer de novo em nossos corações, libertando-nos dos nossos pecados.
3.  NATAL - Período que contém a Noite Feliz do nascimento de Jesus Cristo.
4.  EPIFANIA - Festejada no domingo seguinte ao Natal, lembra a manifestação de Jesus como Filho de Deus. Inclui a festa dos Reis Magos, dizendo que Jesus veio para todos os povos. Inclui também outras festas como a Apresentação do Senhor, no dia 02 de fevereiro.
II – CICLO PASCAL
1.  QUARESMA - Começa na Quarta-feira de Cinzas e vai até o Domingo de Ramos. São quarenta dias de um tempo de conversão e penitência, quando a Igreja nos convida ao jejum, à esmola e à oração. (Mt 6,1-8.16-18).
É um tempo de preparação para a Páscoa do Senhor e nos lembra da caminhada de 40 anos do Povo de Deus no deserto.
2.  PÁSCOA - Tem início com a Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa, e vai até a Festa de Pentecostes.
Na 5ª feira, se celebra a Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, e a Missa do Crisma, que reúne todos os Padres da Diocese junto ao Bispo.
Na sexta-feira, único dia do ano que não tem Missa, ocorre a celebração da Paixão e Morte de Jesus Cristo.
No sábado, é realizada a Vigília Pascal.
Esse Tríduo Pascal prepara os fiéis para a o Domingo da Ressurreição.
3.  PENTECOSTES - É celebrado 50 dias após a Páscoa, quando Jesus volta ao Pai e envia o Espírito Santo para dar apoio a todos nós componentes da Igreja de Cristo, na caminhada em direção à casa do Pai.
III – TEMPO COMUM
Este período se estende por 34 semanas, da Epifania até a Quaresma e do Pentecostes até o Advento.
É o tempo de cada um mostrar que fez opção por viver, no dia a dia, conforme os ensinamentos do Evangelho de Jesus Cristo, pondo em prática tudo o que aprendemos e vivemos no Ciclo do Natal e no Ciclo Pascal.
Por tudo isso, lhes convoco:
- Vamos festejar a chegada do Ano Novo Litúrgico e
 vamos preparar a nossa casa e nosso coração
 para receber Jesus Cristo, 
no Natal.
Cosme Castor


* Texto de minha autoria, publicado no jornal “Nossa Gente”, da Paróquia de Todos os Santos, Arquidiocese de Feira de Santana, em dezembro de 2012.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Educação e Religiosidade: Ser Santo? Uma criação do homem? Uma proposta de Deus?



Ser Santo?
Uma criação do homem?
Uma proposta de Deus?

Vamos à Bíblia?
No Antigo Testamento, livro do Levítico, vamos verificar que Deus é Santo e convida a todas as pessoas a serem santas, também. A Bíblia registra a palavra de Deus que nos diz: “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2; 20,26)
No Novo Testamento, Jesus Cristo diz que Ele e o Pai são uma só pessoa: “... como nós somos um”. (Jo 17,11). Então, Jesus também é santo. E o mesmo Jesus recomenda a todos nós: “Sede, portanto, perfeitos como o vosso Pai Celeste é perfeito” (Mt 5, 48). Na Primeira Carta aos Tessalonicenses, vamos aprender que “a vontade de Deus é que sejais santos” (1Ts).
Ser santo, então, é atender à vontade de Deus em nossa vida; é viver, seguindo a recomendação de Jesus. Logo, todos os que vivem o Evangelho são santos, especialmente, os que já viveram o Evangelho e, hoje, já se encontram na casa do Pai.
Portanto, os santos não são deuses, nem ocupam o lugar de Deus. Os santos não são invenção dos homens. Os santos são criaturas de Deus que souberam corresponder ao amor e à confiança de Deus. Eles tiveram uma vida muito mais próxima de Deus, vivendo uma fé no único e verdadeiro Deus, revelado em Jesus Cristo.
Não há qualquer pecado, qualquer crime, em venerar e respeitar os santos como amigos especiais de Deus porque eles são exemplos para nós; eles viveram aqui na terra conforme a vontade de Deus e as recomendações de Jesus Cristo, como está na Bíblia e que citamos no início deste texto.
Os santos intercedem por nós, como também está na Bíblia, quando nos mostra que Deus opera milagres pela intercessão dos santos, como na cura do coxo de nascença, por intercessão de São Pedro e São João, junto à porta do Templo (Atos 3, 1-9) e os prodígios que Deus fez por intercessão de São Paulo (19, 11-12).
É bom ficar bem claro que quem opera o milagre é Deus e o único mediador entre Deus e o homem é Jesus. Ele mesmo disse que “o Pai dará a vocês tudo o que pedirdes em meu nome” (Jo 15, 16). Então, quando um cristão faz um pedido a Deus, através de um Santo, está confiando na amizade maior daquele Santo com Jesus. O cristão está acreditando que o Santo tem uma aproximação muito maior com Jesus e um jeito especial de falar com Jesus, muito melhor do que ele mesmo. O cristão católico honra o santo porque acredita que o santo opera em nome de Jesus e acredita também que só em Jesus está a fonte do amor de Deus.
A Igreja dá destaque para uma santa, em especial: Maria Santíssima, Mãe de Jesus. E é na Bíblia que vamos encontrar razão para esse destaque. Ela foi anunciada pelo profeta Isaías, que viveu por volta de 700 anos antes de Cristo, quando disse: “Pois bem, o próprio Senhor vos dará um sinal. Eis que a moça conceberá e dará à luz e lhe porá o nome de Emanuel” (Is 7,14). Então, a Bíblia confirma que Maria foi escolhida por Deus para ser a Mãe de Jesus. Podemos ver em Lc 1,41-42; 45, que Isabel reconhece em Maria a Mãe do Senhor, que a visita. Em Lc 1,28, o Anjo a saúda como “Cheia de Graça”; todas as gerações a chamarão de Bem-aventurada (Lc 1,48); intercedeu por aquela família que celebrava o casamento de um de seus membros, quando faltou vinho. Como convidados naquela festa, ela tomou a iniciativa e pediu ao seu Filho, Jesus Cristo, que ajudasse àquele casal, porque faltou vinho na festa. E para o mestre de cerimônias disse: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5). É como um testamento deixado para nós, Povo de Deus: Vivamos a nossa vida fazendo tudo o que Jesus disse para nós e que encontramos na Bíblia, especialmente, nos Evangelhos.
Maria não é uma invenção dos homens.
Maria é uma invenção de Deus.
Ela é uma escolha de Deus.
Deus quis se fazer homem para poder se comunicar melhor com o próprio homem. E escolheu Maria para ser a Mãe do seu filho, Jesus Cristo.
Por isso, o homem, acatando a proposta de Jesus Cristo, - “Eis aí tua Mãe” (Jo 19,27) – adota Maria como sua Mãe.
Podemos dizer que Maria é o caminho mais curto para chegarmos a Jesus.
Portanto, o cristão acredita no santo porque Jesus garantiu que “quem crer em mim, fará as obras que eu faço, e fará maiores do que estas...” (Jo 14,12). E nos deixou o Espírito Santo para nos ajudar em nossa caminhada (Jo 20,22).
Assim, o cristão católico honra o santo porque acredita e põe em prática tudo isso que Deus revelou através da Bíblia, que Jesus ensinou e que o Espírito Santo anima e orienta.
A devoção aos santos e, especialmente, a Maria
nos leva a Jesus Cristo.
Como?
Fazendo tudo o que Jesus disser para cada um de nós.
Cosme Castor

(Texto elaborado por mim e publicado no jornal Nossa Gente, da Paróquia de Todos os Santos, Arquidiocese de Feira de Santana, em novembro de 2012).