quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Educação e Vida: Amigos, eu vi. E nunca vou esquecer



“Amigos, eu vi. E nunca vou esquecer”,
assim disse Claudia Martins Moreira.
Eu vi essa mensagem que me enviaram pelo “zap” e percebi que mais gente tem que tomar conhecimento.
Por isso, coloquei aqui no Blog.
 Quem ler, ganha a oportunidade de tomar consciência da real situação pela qual o nosso Brasil está atravessando.
Então, vamos ver:


Amigos, eu vi. E nunca vou esquecer

Cláudia Martins Moreira

O que eu vi nos últimos trinta anos (até 2015) foi um país que saiu da ditadura e representava um futuro promissor para mim e para meus descendentes. 
Eu vi meu país quase chegar ao pleno emprego, 
eu vi empoderamento de negras e negros colorindo meu país com sorriso de dignidade, eu vi empregada doméstica comprando tv, celular, 
estudando na universidade,
eu vi homossexuais podendo 
casar com quem amavam
e expressar 
naturalmente 
sua amorosidade, 
eu vi pobres tendo voz e esperança, 
vi muita festa, alegria e bonança. 
Vi mendigos sumindo da rua, 
porque tinham bolsa família 
para sobreviver 
e vestimenta para se cobrir. 
Eu vi meu povo entrando numa fila 
e votando para presidente. 
Eu sabia que tinha minha mão
naquela história
Porque fui pra rua
Pedi diretas já.
Quando era adolescente.
Eu vi funcionário público 
tratado como gente. 
Eu vi avançarem as leis trabalhistas 
que protegiam os menores
E o trabalhador carente. 
Eu vi pobres fazendo festa nas favelas, 
lindas festas 
regadas de sorrisos verdadeiros. 
Eu vi meninas nascendo 
e podendo ser criadas pelos próprios pais.
Acabou a história 
de menininhas nascendo
e indo ser criadas, 
como escravas, 
na capital, 
com as madames. 
Essas meninas iriam para capital sim, 
estudar na universidade federal. 
Eu vi. 
Eu senti. 
Eu compartilhei. 
Eu abracei. 
Eu festejei. 
Eu estava lá. 
Porque tudo isso 
me enchia de felicidade.... 
Ver os sonhos de uma jovem militante tornando-se realidade... 
Mas eu não entendia 
que muitos a meu redor 
odiavam tudo isso. 
Muitos que eu julgava generosos e humanistas, guardavam seu ressentimento 
raivoso 
e deprimente
De ver a educação
Mudar a vida de tanta gente.
Um dia eu entendi 
e pensei 
nos 12 anos de ódio e rancor 
guardados dentro daqueles corações 
que não vieram para a rua 
como eu 
comemorar a igualdade. 
Rua para el@s é lugar de vagabundo
"Polícia nel@s"
Polícia em nós
Mesmo que fôssemos nós
Eles se vingaram 
dos 12 anos 
em que a alegria 
tomou conta de tantos lares 
antes relegados 
às suas esmolas. 
Votaram para que aquele povo 
voltasse a precisar das suas esmolas. 
Mas não entenderam
Eles inda não entenderam 
que talvez alguns daqueles relegados 
que tiveram acesso a educação superior 
e mudaram de vida... 
poderão amanhã ser aqueles 
que lhe darão a mão.  
Na sua queda.
Eu vivi para ver, 
depois de tudo isso,
pessoas que eu julgava conhecer 
votarem pela destruição 
da maior nação da América do Sul 
e estragar o futuro 
dos seus próprios filhos
E das suas futuras gerações.
Eu vivi para ver
Gente expressar
Sem vergonha
A perversidade nojenta
De comemorar
A prisão injusta e ilegal
De um homem
A morte da sua mulher
Do seu irmão
Do seu neto
Rirem venenosos
E comemorarem
O destino cruel e injusto
De um homem
Que é respeitado e reverenciado
Pelos pobres
E por todas as autoridades
Mundiais

Eu vi, eu sou testemunha
E jamais esquecerei.