quarta-feira, 22 de abril de 2020

Educação e Sociedade: Somos todos irmãos e um só grupo


Olá Amigos
Recebi uma mensagem pelo celular, no “zap”, e discordei do seu conteúdo. Por isso, fiz o seguinte comentário:

Olá Pessoal
Cosme Castor
A Mensagem:
Li essa mensagem e procurei entendê-la melhor.
Nela, dizem que, em relação a essa pandemia do coronavírus, as pessoas estão separadas em dois grupos diferentes e adversários.
Grupo 1: As pessoas que querem o isolamento.
Na descrição desse grupo, dizem que é compreensível que as pessoas tenham muito medo e acrescentam: maioria de abastados, acomodados e aproveitadores, que colocam a economia em segundo plano.
Grupo 2: As pessoas que pensam só em dinheiro.
Dizem que essas, também, têm medo e são os que estão sendo atingidos e se preocupam. Dizem, ainda, que esses não têm recursos, nem mesmo para o básico e tudo que têm está em risco eminente. Concluem que preferem o risco voltar ao trabalho e de se contaminar com o vírus.
Comentários:
A pessoa humana ainda demonstra desconhecer o sentido da vida. Por isso, Deus enviou Jesus Cristo, para que todos sejam um (Jo17,21). E também para que todos tenham vida e vida em abundância (Jo10,10), para ser vivida em comunidade (Atos2,42–47).
Vê-se que Deus não estabeleceu normas para dividir e classificar as pessoas em grupos, muito menos, em grupos de opressores abastados, ou de oprimidos acomodados, aproveitadores ou miseráveis.
O homem rejeitou a proposta de Deus porque sabia que as suas obras seriam reprovadas (Jo3,20). Assim, o próprio homem criou esse espírito de divisão: uma forma de enganar o povo, jogando um contra o outro, ambos na condição exclusiva de subserviência.
Nasceram daí as classes sociais, mantidas cada uma em determinado patamar. As classes que se fizeram mais poderosas assumiram o “direito” de explorar as demais.
Essa ideia da divisão em grupos é bem conveniente para quem sempre explorou o outro. Visando ao próprio benefício, alimenta esse sistema perverso do capitalismo, que consiste na exploração da pessoa humana.
Para os exploradores, a pessoa humana é apenas mais um equipamento a ser usado. Como os demais, se ficar velho, não serve mais para produzir. Então, deve ser descartado, como disse o novo Ministro da Saúde, do atual sinistro governo brasileiro.
Voltando aos grupos:
No grupo 2, quando as pessoas dizem “voltar ao trabalho”, referem-se aos empregados delas. Os empregados devem voltar ao trabalho.
Dizem não ter recursos, mas eles são os verdadeiros abastados.  São os corruptos do mundo empresarial, político, religioso, dentre outros que, inclusive, se dizem cristãos.
No entanto, com os estudos que consegui realizar na minha caminhada pela vida, até aqui, eu entendo que um País deve viver em função do bem estar do seu povo.
Os ministérios da economia, da saúde, da educação, da justiça, dentre outros, todos devem estar sempre a serviço da vida, visando a oferecer a cada cidadão as condições ideais para o bem viver.
Conclusão:
Existe somente um grupo, no mundo:
- Os filhos de Deus.
Por isso:
- Busquemos nossa paz interior!
- Afastemos a raiva do nosso coração!
- Vamos amar o outro como Jesus nos ama! (Jo15,12).
Comece dentro de casa, pelo seu companheiro ou companheira.
Continue a amar no seu trabalho, na sua escola, na sua Igreja e em todo e qualquer ambiente por onde você andar.
Cuide-se!
Fique em casa!
Jesus te ama!
Um abraço do irmão,
Cosme Castor

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Educação e Religiosidade: Vida pós (re)encontro com Jesus Cristo


Vida pós (re)encontro com Jesus Cristo
Cosme Castor
A tragédia não é quando o ser humano morre;
a tragédia é aquilo que morre dentro da pessoa
enquanto ela ainda está viva. (Albert Shweiter)
Vivemos o período quaresmal e tivemos a oportunidade de fazer uma revisão de vida, individualmente ou em grupo, buscando refletir sobre o sentido da nossa vida. Tudo isso, à luz do Evangelho.
Em alguns casos, tivemos a oportunidade de refletir em grupo. Após esse período, seguimos para as celebrações da Semana Santa.
Domingo de Ramos diferente: Todos em casa, acompanhando as celebrações pelas transmissões, através dos meios de comunicação ao alcance de cada um.
Essa situação foi provocada pela invasão do “coronavírus”, que invadiu os países por todo o mundo, atingindo mortalmente milhares de pessoas.
Mesmo assim, os ramos de nossas árvores, colocados nas portas, nas janelas ou nos portões de casa, nos ajudaram a entrar no clima comunitário da caminhada dos ramos.
Tudo isso, para lembrar a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém, sob os aplausos do povo que O seguia. Ao mesmo tempo, essa gente respondia aos curiosos que Aquele era Jesus de Nazaré, da Galiléia.
Foi um Domingo de Ramos diferente, sim. No entanto, com muita participação dos fiéis que, mesmo distantes uns dos outros, se mostraram bem mais unidos, em oração, juntos ao Cristo e, notadamente, na companhia da Sua Mãe e nossa Mãe Maria.
Hoje, a nossa fé nos leva a continuar aclamando o Cristo que, diariamente, vem a nós, em nome do Pai. Assim, passamos a fazer parte de uma comunidade que busca seguir sua caminhada na fé, em direção ao Pai.
A segunda, a terça e a quarta feira, três dias de reflexão, rezando, na certeza de contar com Jesus, durante toda a nossa caminhada diária, que nos leva a enfrentar e a vencer as nossas dificuldades e os nossos problemas.
Nestes três dias, nos preparamos também para a celebração do Tríduo Pascal, voltando as nossas atenções para pedir por todos nós, pelos mais necessitados e pela vitória contra o “vírus corona”, que aflige o mundo inteiro.
É o momento de pedir ao Cristo para nos ajudar a manter viva a nossa fé.

O Tríduo Pascal

O Evangelho da Quinta Feira da Semana Santa 2020, Jo13,1–15, relata para nós o momento em que Jesus está numa ceia, com seus discípulos.
Ele interrompe a ceia, levanta-se e lava os pés dos seus discípulos. Depois, retorna para a mesa, para continuar a ceia.
Então, Jesus fala da Sua própria Páscoa, que consiste na Sua ida deste mundo para o mundo do Pai, passando pela morte e ressurreição.
Ele abre o Caminho para o Pai, mostrando este Caminho para quem quiser segui-Lo:
- Deixar morrer em si o egoísmo;
- Amar, por toda a vida, até a morte;
- Doar a vida pelo irmão;
- Viver a vida, a cada dia, sempre com o outro ser e para o outro ser.
Para nos falar deste Caminho, Jesus resolve lavar os pés dos discípulos, indo contra a Lei dos judeus que determinava ser essa uma obrigação, exclusivamente, dos escravos, mesmo assim, se o escravo não fosse judeu, conforme a Bíblia, em Lv25,39.
Pela lei, quem era livre e/ou escravo judeu não lavava os pés do outro.
Em alguns casos, mesmo tratando-se de judeus, os discípulos lavavam os pés do Mestre, apenas, quando buscavam reverenciá-lo. No entanto, o Mestre nunca lavava os pés dos discípulos, porque se julgava superior.
Em todos os seus atos na comunidade, Jesus combateu a fome, a doença, a violência, a exclusão, enfim, aquilo tudo que atentava contra a vida.
Ele esteve sempre em defesa da vida. Tudo isso para mostrar que ninguém é superior ao outro. Todos são iguais e têm os mesmos direitos e deveres para com o outro.
Ele mostra que a Lei foi feita para beneficiar o homem e não para se constituir num empecilho para servir a um irmão (Mc2,27). 
Jesus lhes diz que veio “para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo10,10). Ele quer que, assim como Ele fez, (Jo10,11.17-18) devemos, também, fazer: doar a vida pelo irmão.
Como exemplo, Ele cita a semente do grão de trigo, que morre, para que possa produzir frutos. (Jo12,24).
A morte de Cristo na cruz só teve sentido porque a vida de Cristo teve sentido. Por toda a vida, doou-se a todos. Na morte, doou-se por todos.
Acostumados a obedecer cegamente à Lei dos judeus, os discípulos não entenderam esse gesto de Jesus e Pedro reagiu, sem querer que Jesus lavasse os seus pés. Afinal, Jesus era o seu Mestre.
Pela Lei dos judeus, Pedro é que poderia lavar os pés de Jesus. Era seu discípulo. Mas Jesus lhe disse que se não deixasse lavar os seus pés, não teria parte com Ele.
Esse ato feito pelo escravo, limpava apenas a poeira dos pés. Era um ato exterior. Assim, eles viam no “lavar os pés”, apenas, um ato indigno e humilhante, que a Lei dos judeus só permitia ser realizado por escravos, que não fossem judeus.
Mas Jesus lhes disse que, somente depois, eles iriam entender esse gesto. Disse, ainda, que Ele fazia isso para que cada um o fizesse, também, uns aos outros.
Jesus faz diferente: Ele lavou os pés dos discípulos. Visava a uma limpeza interior. Por essa razão é que nos batizamos: para sermos lavados espiritualmente e sermos renovados no amor de Cristo.  
No Batismo, recebemos o Espírito Santo, quando nos confirmamos como integrantes do Povo de Deus, comprometidos com a assimilação e prática das lições de Cristo.
Morte e Ressurreição de Cristo
Reunidos no templo, os sacerdotes e os anciãos, como também, outros líderes governantes da comunidade, discutiam sobre o perigo que Jesus representava para eles.
Jesus estava incentivando o povo a refletir sobre a forma de vida que levavam, oprimidos pelo medo, pelo ódio e pelo sentimento de vingança, (“olho por olho, dente por dente” - Mt5,38-42, Ex21,23-24; Lv24,20; Dt19,21)     que lhes faziam viver olhando para dentro de si e alimentando a ira contra o irmão.
No entanto, Jesus lhes ensinava diferente, o contrário de tudo que haviam aprendido até ali. A novidade é que Jesus ensinava a amar o irmão e amar até aos inimigos (Mt5,44).
Ele ensinava a fazer tudo o que fosse possível, para o irmão viver bem e em paz, fazendo o bem a todos. Fazia até verdadeiros milagres para beneficiar, principalmente, aos mais necessitados.
Isso incomodava muito aos sacerdotes e aos governantes. Colocava em risco a autoridade deles e a cega obediência do povo. Por isso, resolveram matar Jesus.
E o povo, como reagiria?
Ao povo, diriam que Jesus estava despertando a ira de Roma e, se Jesus não fosse contido, Roma iria massacrar todo o povo judeu.
Então, Caifás, o Sumo Sacerdote, disse que era melhor morrer um só homem pelo povo para não perecer toda a nação. (Jo11,50). Com essa justificativa, junto aos governantes judeus, determinou que Ele devia morrer (Jo11,51).
Para humilhar Jesus e amedrontar os discípulos e demais seguidores de Jesus, eles escolheram a morte na cruz. Conseguiram enganar o povo e o fizeram de tal maneira que levavam o povo pensar que ele, povo, estava decidindo.
Por isso, quando Pilatos perguntou se queriam que soltasse Jesus ou Barrabás, os sacerdotes e governantes judeus levaram o povo a escolher a opção de soltar Barrabás e mandar Jesus para a morte, na cruz (Jo18,39-40).
Jesus aceitou tudo isso, não por passividade, mas com muita coragem e muita coerência com tudo o que Ele sempre pregou e com o compromisso que Ele tinha com o Pai.
Ele demonstrou essa coerência, também, em todos os atos que desenvolveu durante toda a sua vida, sempre dedicada ao bem estar do povo, lutando contra a violência, contra a fome e contra todo mal que afligia o povo e o subjugava.
Tudo poderia ficar bem para os sacerdotes e para os governantes judeus. Mas Jesus cumpriu sua promessa, ressuscitando no terceiro dia: o Domingo.
Nesse dia, logo cedo, ainda pela madrugada, Madalena foi ao túmulo de Jesus, enfrentando o escuro da madrugada, em busca de uma nova aurora em sua vida.
É a chegada da luz, trazendo a nova vida que Jesus nos oferece: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo10,10).
Os discípulos e as pessoas do povo acolheram Jesus e acreditaram Nele. A morte, seguida da ressurreição de Jesus, deu coragem aos discípulos, trazendo-lhes também muita esperança e muita fé.
Segundo Frei Monteiro, dirigindo-se aos jovens do TLC – Treinamento de Liderança Cristã, de Feira de Santana, Bahia/Brasil, “a Ressureição é o marco da glorificação de Cristo, a largada do cristão, rumo à missão e à vida”.
 Enfim, a ressurreição de Jesus trouxe a libertação para o Povo de Deus.

O que o Cristo nos ensina

Quebrando todas as barreiras e as convenções da forma de viver, conforme a Lei que prendia todos ao passado, Jesus nos traz uma grande novidade:
“Devemos amar os nossos irmãos e,
até, aos nossos inimigos”.
O Cristo nos ensina que ninguém é maior nem menor do que o outro; ninguém tem mais direitos que o outro; ninguém é dono do outro.
Ensina, principalmente, que todo e qualquer ato nosso só é válido se for para o nosso bem e para o bem dos nossos irmãos, como também, só é válido, se contribuir para o bem de toda a comunidade.
Por isso, devemos morrer para o orgulho, para a ira, para o ódio e para as injustiças. Esse é um meio de purificar o coração.
Devemos estar atentos e vigilantes para o nosso comportamento, para o nosso testemunho, em todas as horas, em todos os dias, em todos os nossos atos.
Lembro aqui de uma conversa com um amigo, no Sábado Santo 2020, por telefone celular, que me disse:
“Nós costumamos passar a Deus a nossa responsabilidade. No lugar de assumir e realizar aquilo que podemos fazer, nós dizemos: - Deus lhe pague; - Deus lhe ajude; - Deus vai resolver.
Com a graça de Deus, a própria pessoa não pode pagar, não pode ajudar e não pode até resolver, com o outro e/ou para o outro?”
Aprendamos, então, a dirigir as nossas orações para pedir a Deus pelas nossas vidas e pelas vidas dos nossos irmãos do Brasil e de todo o Mundo, especialmente, diante dessa pandemia do “coronavírus”.
Vamos pedir, também, que Ele nos livre dos maus governantes que comandam o Brasil e outros países do mundo, colocando em risco a vida de muitos milhares de irmãos, visando exclusivamente à defesa de interesses particulares.
Façamos um pedido especial a Deus, para que o nosso povo, após essa pandemia, coloque em prática, no dia a dia, os ensinamentos que aprendemos, com o Cristo, nas celebrações desta Semana Santa.
Enfim, Ele quer mesmo é que cada um se coloque a serviço do outro; que se coloque à disposição do outro; que procure ajudar o outro, sem nenhum interesse. Apenas, pelo prazer de servir.
Aproveite a oportunidade que o Cristo lhe oferece, hoje. Deixe o passado para trás. Perdoe a si mesmo. Perdoe ao irmão que tiver lhe ofendido.
Liberte-se!
Nessa nova Vida procure avançar, cada vez mais, na sua capacidade de amar como Jesus nos amou.
Que tudo isso comece, hoje, por quem está ao seu lado, e se estenda a todos os irmãos, todos os dias.
Observação:
Sabemos que essa é a grande lição que o Cristo nos ensinou.
E agora?
- Um abraço amigo do irmão em Cristo, Cosme Castor -