sábado, 30 de outubro de 2021

Educação e Sociedade: Rita Lee e o respeito à mulher

 


Pelo zap, recebi essa mensagem onde 

Rita Lee fala sobre o respeito à mulher:

 

RITA LEE- mais uma vez, dizendo muito!

“Eu tinha 13 anos, em Fortaleza, quando ouvi gritos de pavor. Vinham da vizinhança, da casa de Bete, mocinha linda, que usava tranças. Levei apenas uma hora para saber o motivo. Bete fora acusada de não ser mais Virgem e os irmãos a subjugavam em cima de sua estreita cama de solteira, para que o médico da família lhe enfiasse a mão enluvada entre as pernas e decretasse se tinha ou não o selo da honra. Como o lacre continuava lá, os pais respiraram, mas a Bete nunca mais foi à janela, nunca mais dançou nos Bailes e acabou fugindo para o Piauí, ninguém sabe como, nem com quem.

Eu tinha apenas 14 anos, quando Maria Lúcia tentou escapar, saltando o muro alto do quintal da sua casa para se encontrar com o namorado. Agarrada pelos cabelos e dominada, não conseguiu passar no exame ginecológico. O laudo médico registrou vestígios himenais dilacerados, e os pais internaram a pecadora no reformatório Bom Pastor, para se esquecer do mundo. Realmente, esqueceu, morrendo tuberculosa.

Estes episódios marcaram para sempre a minha consciência e me fizeram perguntar que poder é esse que a família e os homens têm sobre o corpo das mulheres? Ontem, para mutilar, amordaçar, silenciar. Hoje, para manipular, moldar, escravizar aos estereótipos. Todos vimos, na televisão, modelos torturados por seguidas cirurgias plásticas. Transformaram seus seios em alegorias para entrar na moda da peitaria robusta das norte americanas. Entupiram as nádegas de silicone para se tornarem rebolativas e sensuais, garantindo bom sucesso nas passarelas do samba. Substituíram os narizes, desviaram costas, mudaram o traçado do dorso para se adaptarem à moda do momento e ficarem irresistíveis diante dos homens. E, com isso, Barbies de fancaria, provocaram em muitas outras mulheres - as baixinhas, as gordas, as de óculos - um sentimento de perda de auto-estima.

Isso exatamente no momento em que a maioria de estudantes universitários (56%) é composto de moças. Em que mulheres se afirmam na magistratura, na pesquisa científica, na política, no jornalismo. E, no momento em que as pioneiras do feminismo passam a defender a teoria de que é preciso feminilizar o mundo e torná-lo mais distante da barbárie mercantilista e mais próximo do humanismo.

Por mim, acho que só as mulheres podem desarmar a sociedade. Até porque elas são desarmadas pela própria natureza. Nascem sem pênis, sem poder fálico da penetração e do estupro, tão bem representado por pistolas, revólveres, flechas, espadas e punhais. Ninguém diz, de uma mulher, que ela é de espadas.

Ninguém lhe dá, na primeira infância, um fuzil de plástico, como fazem com os meninos, para fortalecer sua virilidade e violência. As mulheres detestam o sangue, até mesmo porque têm que derramá-lo na menstruação ou no parto. Odeiam as guerras, os exércitos regulares ou as gangues urbanas, porque lhes tiram os filhos de sua convivência e os colocam na marginalidade, na insegurança e na violência.

É preciso voltar os olhos para a população feminina como a grande articuladora da paz. E para começar, queremos pregar o respeito ao corpo da mulher. Respeito às suas pernas que têm varizes porque carregam latas d'água e trouxas de roupa. Respeito aos seus seios que perderam a firmeza porque amamentaram seus filhos ao longo dos anos. Respeito ao seu dorso que engrossou, porque elas carregam o país nas costas.

São as mulheres que irão impor um adeus às armas, quando forem ouvidas e valorizadas e puderem fazer prevalecer a ternura de suas mentes e a doçura de seus corações.

 

Nem toda feiticeira é corcunda. Nem toda brasileira é só bunda.

 

(Rita Lee.)

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Educação e Linguagem: Ditados Populares

 

Ditados Populares

 

 

HOJE É DOMINGO, PÉ DE CACHIMBO, e eu ficava imaginando como seria um pé de cachimbo, quando o correto é: HOJE É DOMINGO, PEDE CACHIMBO... (fumar um cachimbo)

E tem o PÉ-DE-MOLEQUE... A mulher fazia o doce caramelizado de amendoim e punha pra esfriar na janela. A molecada roubava... então ela gritava: NÃO PRECISA ROUBAR! PEDE, MOLEQUE!...

E a gente pensa que repete corretamente os "ditos populares".

No popular se diz: Esse menino não para quieto, parece que tem bicho carpinteiro. Minha grande dúvida na infância.... Mas que bicho é esse que é carpinteiro, um bicho pode ser carpinteiro???" 

Correto: Esse menino não para quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro. "Tá aí a resposta para meu dilema de infância!" 

Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão.

Enquanto o correto é: Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão. "Se a batata é um caule subterrâneo, ou seja, nasce enterrada, como ela se esparramaria pelo chão se ela está embaixo dele?" 

Cor de burro quando foge. O correto é: Corro de burro quando foge. Esse foi o pior de todos!

Burro muda de cor quando foge??? Qual cor ele fica??? Porque ele mudaria de cor???"

Outro que no popular todo mundo erra: Quem tem boca vai a Roma.

Bom, esse eu entendia, de um modo errado, mas entendia! Pensava que quem sabia se comunicar ia a qualquer lugar...

O correto é: Quem tem boca vaia Roma. (Isso mesmo, do verbo vaiar). 

Outro que todo mundo diz errado, Cuspido e escarrado - quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa. 

O correto é: Esculpido em Carrara. (Carrara é um tipo de mármore) 

Mais um famoso: Quem não tem cão, caça com gato 

Entendia também, errado, mas entendia! Se não tem o cão para ajudar na caça o gato ajuda! Tudo bem que o gato só faz o que quer, mas vai que o bicho tá de bom humor... 

O correto é: Quem não tem cão, caça como gato, ou seja, sozinho...

Vai dizer que você falava sabendo o sentido correto de algum desses????? 

AGORA ENTÃO... ESPALHA POR AÍ... A LÍNGUA PORTUGUESA AGRADECE!

(Dicas do Prof. Pasquale).                                                          Achei muito interessante, portanto, compartilho