terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Educação e Poesia: Solidão

 

Solidão

                                 Cosme Castor

Ontem, dormi um bocado.

Foi uma boa caminhada.

Desejei tê-la comigo.

Chamei! Chamei! Chamei!

Parecia não me ouvir.

Continuei a chamar.

Não acreditava que não queria me ouvir.

Não acreditava que não queria a minha companhia.

Chamei de novo.

Aumentei o tom de voz.

Gritei!

Mas você não me ouvia.

Continuava na minha caminhada.

Sozinho.

E a vontade de tê-la ao meu lado continuava a gritar no meu peito.

O sono continuava a me dominar.

E eu continuava a desejar que ela viesse deitar ao meu lado.

Virei a barriga para cima e estirei o braço, na esperança de que ela chegasse e deitasse ao meu lado e se “axegasse”, devagarzinho, para me dar um “xêro”.

Cheguei a sentir o seu cheiro.

Me animei.

Ela chegou!

Eu a beijei, bem devagarzinho, saboreando aquela aproximação.

Parecia que o corpo dela, devagarzinho, entrava no meu e o meu, também bem devagarzinho, ia entrando no dela.

Ficamos quietos, quietinhos, quase paralisados, sentindo o cheiro, um do outro.

Assim ficamos e tudo aconteceu, por um longo tempo.

Foram momentos incríveis!

Iguais a esses, impossível!

A harmonia tomou conta dos nossos corpos e a felicidade plena passou a ser o nosso viver,

até eu acordar.

Estava sozinho numa enorme cama, vazia.