Início do processo educativo
No dia 27 de setembro do ano de 1947, nascia uma vida, um ser do sexo masculino, um menino que dava início ao seu processo de educação para a vida. Sem saber o porquê, estava ali, no meio de pessoas que mais tarde identificaria como seus familiares, amigos e alguns que o ajudaram a vir a este mundo, apesar de não terem a qualificação de vida, concedida pelo canudo da Universidade, mas portadores da sabedoria popular. Provavelmente, ainda hoje, assim nasce a maioria dos brasileiros.
No dia 27 de setembro do ano de 1947, nascia uma vida, um ser do sexo masculino, um menino que dava início ao seu processo de educação para a vida. Sem saber o porquê, estava ali, no meio de pessoas que mais tarde identificaria como seus familiares, amigos e alguns que o ajudaram a vir a este mundo, apesar de não terem a qualificação de vida, concedida pelo canudo da Universidade, mas portadores da sabedoria popular. Provavelmente, ainda hoje, assim nasce a maioria dos brasileiros.
Começou a emitir sons, a enxergar, sem saber ainda o quê. Estava ali no povoado da Usina Terra Nova, situada no Distrito de Rio Fundo, Município de Santo Amaro da Purificação, Estado da Bahia, que alguns afirmam, Bahia de Todos os Santos, Brasil.
Foi viver seus primeiros dias de educação para a vida, no vizinho povoado da Usina Paranaguá, a uma légua de distância, fazendo assim a sua primeira viagem.
Educação Escolar
Avançando no seu processo de aprendizagem, começou a balbuciar algumas palavras, a aprender a falar e a caminhar, com os primeiros educadores que Deus lhe deu: o Sr. Frutuoso Castor de Cerqueira, o Nonô de Paranaguá, e a Sra. Feliciana Ferreira de Cerqueira, conhecida por D. Bem, que encaminharam aquele ser para a escola, aos 05 anos de idade, já tendo sido educado nos primeiros passos do andar, do falar, do ler, do contar e do escrever.
Nas suas primeiras viagens de trem, de Paranaguá para Santo Amaro, “Seo” Nonô mostrava a todos que seu filho sabia ler, aos 05 anos de idade, pedindo ao filho que olhasse pela janela e lesse o nome da Estação da localidade que se aproximava. Assim, encantava àquela maioria de pessoas dotadas de grande sabedoria popular, mas pequeno ou nenhum tempo de escolaridade.
Intensifica a educação na comunidade
Num ambiente misto, rural e industrial, foi crescendo na aprendizagem, tanto na vida escolar, 04 (Quatro) horas por dia útil, quanto na vida propriamente dita, nas outras 20 (Vinte) horas desses dias úteis e, ainda, nas 24 (Vinte e quatro) horas dos dias não úteis, (Será?) sábados, domingos, feriados e dias santos.
Nessa época, admirava os trabalhadores do canavial e da usina, com destaque para o engenheiro, que dirigia a produção, e seu Pai, que dirigia o administrativo, apesar de ter concluído apenas o 5º. Ano do Curso Primário, da época. Nesse ambiente em que se desenvolvia o seu processo educacional, esse ser santamarense, baiano e brasileiro foi se educando, aprendendo as regras do jogo da vida e, aos nove anos e alguns meses, sofreu a primeira grande perda, quando Nonô de Paranaguá foi morar na companhia de nosso Papai do Céu.
Modificando o processo educativo
No ano seguinte, 1958, o processo de educação foi transferido para a cidade grande, indo morar em Feira de Santana, a cidade Princesa do Sertão. Deu um grande salto na educação, (Será?) segundo o que colocaram na cabeça do povo: o pessoal da cidade é mais educado que o da roça ou o da capital, mais do que o do interior.
Na cidade grande, D. Bem, se educando, continuou a trabalhar em prol da educação dos seus sete filhos: e a criança nascida no povoado de Terra Nova deu continuidade ao seu processo educacional, na escola, já no 3º ano do Curso Primário e, fora dela, com os familiares, os vizinhos, os amigos, as adversidades, enfim, com a comunidade. Então, educou-se nos caminhos sociais, religiosos e educacionais, completando os estudos de 1º Grau, no Colégio Estadual, em Feira de Santana, e os de 2º Grau, Curso Científico, no Colégio Central, em Salvador.
Educação para a iniciação profissional e formação religiosa
Nesse período, desde os dez anos de idade, experimentou a educação profissional, trabalhando como aprendiz de joalheiro, ajudante de pedreiro e auxiliar de máquina, numa fábrica de camas, além de, nas férias escolares, aprender a trabalhar com a terra, com sua Tia Rolinha, numa cultura de subsistência, cultivando feijão, milho, mandioca, aipim e fumo. Deu também algumas aulas particulares a amigos e vizinhos, informalmente.
Em 1966, ingressou na careira do Magistério, passando a trabalhar com a juventude, durante a semana, na Escola e, no final de semana, na Igreja Católica, (Grupos de Jovens, Congregação Mariana, TLC – Treinamento de Liderança Cristã, Cursilho de Cristandade e outros) e iniciando sua atuação em associações e outras representações da comunidade.
Educação para a formação da família
Em janeiro de 1971, dirigiu sua educação para o casamento e, com a parceria da jovem, buscou educar-se para a função de Pai e de Avô de seis netos, por enquanto.
Aprofundamento da educação escolar
Nesse processo de educação, sempre buscando aprofundar seus conhecimentos, ingressou nos estudos universitários, completando os cursos de Licenciatura em Letras e Bacharelado em Administração, na UEFS, Pedagogia, com especialização em Administração Escolar e disciplinas do Mestrado em Educação, como aluno ouvinte, na UFBA.
Paralelamente, fez cursos de especialização em Elaboração e Análise de Projetos – CEDAP/SEPLANTEC-BA, Elaboração de Projetos – EBAP/FGV/SUDENE, Linguística Aplicada à Língua Portuguesa - UFBA, Metodologia do Ensino Superior – FESP/UPE (Universidade de Pernambuco), Teologia Catequética e Pneumatologia - Arquidiocese de Salvador, além de outros cursos de aperfeiçoamento nestas áreas. Educou-se, também, trabalhando no cargo de Administrador, (1980/1994) na função de Técnico do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento – CEPED/SEPLANTEC/BA e aposentou-se como Professor (2002) do Ensino Público do Estado e de Municípios, bem como, de Escolas Particulares.
A escola lhe dava o conhecimento científico e as demais instituições lhe davam a oportunidade do bem viver, buscando sempre educar-se para viver melhor a cada fase da vida.
Educação pós-aposentadoria
Uma surpresa aconteceu a partir da aposentadoria: morreu para a educação e para o trabalho. Assim se comportou a comunidade. Para o Estado, ele deixou de existir e para o povo, respondia a perguntas como: o que mais quer da vida, para que trabalhar mais, e, até, com essa idade vai trabalhar em quê, ou vai fazer o quê, ou quem vai lhe querer?
No entanto, o educando e educador, continuou no seu processo educativo, buscando conhecer o associativismo e o cooperativismo e intensificar suas ações nas ONGs – Organizações Não Governamentais e Instituições da Sociedade Civil em prol da comunidade, bem como, realizando algumas atividades que lhe permitissem ganhar alguns trocados para completar os “miréis” da aposentadoria.
Para espanto de quase todos, resolveu dar um toque especial na sua caminhada educativa, em 2012, aos 64 anos de educação para a vida, iniciando os estudos do Mestrado em Educação, na Universidad del Salvador, em Buenos Aires, no vizinho país dos irmãos argentinos.
Educação por toda a vida
Eis aí uma prova de que a educação não acontece somente na Escola e através da Escola. Ela não termina com a aposentadoria, bem como, não existe outro início e final do processo educativo, senão, o nascimento e a morte, respectivamente, comprovando que a educação acontece por toda a vida.
Este é o conceito de educação do menino de Terra Nova/Santo Amaro da Purificação/Bahia/Brasil, cidadão, filho, pai e avô, educando e educador, Cosme Castor de Cerqueira.
Li e aprovei seu texto, sua história. Uma lição de vida para muitos que acham que a vida encerra com aposentadoria ou que limita a idade aos 35 ou 40 anos de idade. Se todos que chegaram ou que chegarem pensar que existe um novo jeito de (re)pensar, talvez não presenciássemos tantos acima dos 60 excluídos pela invalidez forçada pela família, pela sociedade que vive um constante auge de hipocrisia, reafirmando a importância do incluir quando na verdade vive o excluir.
ResponderExcluirEnfim, sua história mostra a certeza de que o aprender não se sustenta apenas nas bases escolares, mas na grande faculdade da vida. O dia a dia.
Parabéns por sua iniciativa, que se permite aqui, sua ousadia, parabéns pelo blog e por sua rica história aqui bem conduzida textualmente.
Obrigado por me possibilitar o acesso a este recorte.
Parabéns Cosme!
ResponderExcluirExcelente texto, grande lição de vida.
Sucesso!!
Cosme, desde que eu era uma menina já pensava em estudar pela vida toda. Eu amo esse mundo do saber e do conhecimento! Hoje percebo que o que fiz e faço é só uma pontinha do iceberg. Você é um exemplo para todos nós. Amei seu texto. Parabéns!!
ResponderExcluirCosme, eis que você conseguiu formular um blog educativo com ênfase em questões ambientais, como não se vê em toda a internet. Você consegue, em simples linhas, mostrar âmbitos de Feira e região que muitos meios de comunicação não abarcam.
ResponderExcluirMeus sinceros parabéns e sucesso em sua jornada!
Atenciosamente,
Marta Maria Guimarães..