Feliz Ano Novo: 2015.
Em janeiro,
fizemos silêncio.
Em fevereiro,
já é carnaval. E, logo, carnaval já passou.
Então, daremos
continuidade às nossas atividades neste Blog, que tem como tema: Educação por
toda a Vida: em cada ato, uma lição.
Inicialmente,
repasso, para você que lê este texto, a seguinte mensagem que recebi por email:
“coma à vontade, ande o dobro e ria o triplo”.
Com as
atividades desenvolvidas no de 2014, (re)descobrimos que a pouca importância
que o homem tem dado à educação tem se transformando em geração de
desigualdades e de aumento da opressão do homem sobre o homem.
Isto se faz
claramente com a intenção de se manter o que aí está, utilizando-se da
“educação” como aparelho de reprodução do quadro social programado pelo poder
de uma ideologia dominante. Um dos meios utilizados é não fazer despertar no
povo o gosto pela prática da leitura, da pesquisa e do diálogo.
O escritor
argentino Mempo Giardinelli, na revista Mundo Jovem, nº 454, de março de 2015, disse:
“O drama dos nossos países latino-americanos é a evidência de que muitos
profissionais de diferentes áreas e atividades deixaram de ler. Quem lê resgata
a maravilhosa consciência do saber e a alegria da liberdade que nos dá a
leitura!”
Conforme o
autor, as pessoas detentoras das mais diversas qualificações estacionam na
prática das suas atividades profissionais, parando no nível de conhecimento
adquirido ou no nível do que assimilou daquilo que lhe foi transmitido pela
escola e por outros setores da sociedade. Esta falta de leitura atinge também o
Professor e demais profissionais da educação.
Todas as
pessoas, no exercício de sua profissão, deveriam desenvolver suas atividades,
voltando-se para o processo educativo, incentivando o indivíduo a buscar o
conhecimento através da leitura, como também, da pesquisa e do diálogo.
Quando isso não
acontece, o indivíduo não percebe o direito que lhe é inerente de ser o sujeito
do próprio processo educativo, estabelecendo-se um limite no falar, no ouvir e,
até, na possibilidade de dialogar. Isso o transforma em um sujeito submisso e
dependente, conformado em viver num mundo que lhe é permitido, sem conseguir
ultrapassar barreiras, nem mesmo enxergá-las.
Ainda na
revista Mundo Jovem, nº 453, de fevereiro de 2015, o Prof. Douglas Belchior
disse:
“É preciso falar. É preciso ouvir. É preciso que todas as vozes ecoem e
que, sobretudo, as vozes se entendam e organizem a palavra e a ação coletiva. É
preciso diálogo em torno do que gera as desigualdades, e jamais se limitar
apenas às compensações”.
Somente com a
prática da leitura, da pesquisa e da persistente busca do saber e do diálogo, o
processo de educação por toda a vida poderá realmente acontecer de uma forma
mais eficaz e permanente na vida do indivíduo, um eterno educando.
Não se pode
mais aceitar a “educação bancária”, da pedagogia da classe dominante, denunciada
por Paulo Freire, desde a década de 1960. A escola insiste em praticá-la,
ignorando o avanço das inovações tecnológicas e o direito à liberdade do indivíduo,
no que se refere à escolha do caminho que tem a seguir, por toda a sua vida. Paulo
Freire diz ainda que o diálogo proporciona o encontro que solidariza o refletir
e o agir dos seus sujeitos.
Um exemplo
significativo da prática de uma educação libertadora é o trabalho desenvolvido
até novembro de 2014, pela equipe da Pastoral da Comunicação da Paróquia de
Todos os Santos, na Arquidiocese de Feira de Santana, Estado da Bahia/Brasil. Através
do Informativo Nossa Gente, os membros da equipe incentivavam a crianças,
jovens e adultos, à prática da leitura e da pesquisa, dando-lhes inclusive um
espaço para apresentar suas ideias e as de seus grupos, na comunidade. Concedia-lhes assim a
oportunidade de conhecer mais, fazer suas escolhas e definir livremente os
caminhos para a própria vida.
Vê-se, então,
que o processo de “educação por toda a vida: em cada ato uma lição” tem uma
sustentação na filosofia da libertação, surgida na década de 1960, pregando uma
educação libertadora, tendo em Paulo Freire um dos seus maiores líderes. Nela,
o indivíduo, especialmente, os jovens e adultos excluídos do sistema de
educação vigente, podia ter um modo próprio de aprender e de encontrar o
caminho para produzir conhecimento, especialmente, se fosse incentivado a
buscar o saber pela prática da leitura, da pesquisa e do diálogo.
Que a liberdade
seja o elemento básico para o desenvolvimento do processo de educação por toda
a vida, na vida de todas as pessoas, por todo o mundo, especialmente, na
América Latina e, particularmente, no Brasil. Afinal de contas, a educação é um
processo de libertação cuja primeira fase se inicia com o nascimento do
indivíduo educando e o acompanha até a sua morte; a segunda fase desse processo
tem início com a morte e dura uma eternidade.
Que 2015 seja o
ano de suas maiores vitórias e assim seja por toda a sua vida!
Atenciosamente,
Cosme Castor de Cerqueira
(75) 9157-9260
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