Com muito prazer,
apresento a mensagem abaixo,
da amiga e colega,
Professora e Escritora Lélia Fernandes,
desde o tempo de Curso de Letras, na UEFS,
(Feira de Santana/Bahia):
Com muito prazer,
apresento a mensagem abaixo,
da amiga e colega,
Professora e Escritora Lélia Fernandes,
desde o tempo de Curso de Letras, na UEFS,
(Feira de Santana/Bahia):
Como falei anteriormente, o "zap" nos traz muita coisa boa.
Vejam:
Dom Helder Câmara e o Natal
*"Gosto de pensar o Natal como um ato de subversão…:
– Um menino pobre;
– Uma mãe “solteira”;
– Um pai “adotivo”;
– Quem assiste seu nascimento é a ralé da sociedade
(pastores);
– É presenteado por gente “de outras religiões”
(magos, astrólogos);
– A “família” tem que fugir e viram refugiados
políticos;
– Depois volta e vai viver na periferia.
O resto, a gente celebra na Páscoa… mas com a mesma
subversão…
Sim! A revolução virá dos pobres! Só deles pode vir a salvação!
*Feliz Natal!*
*Feliz subversão!"*
*Dom Helder Câmara*
Olá, Amigos!
O “zap” nos traz muita coisa chata e
até desagradável.
Mas, também, nos traz muita coisa
boa.
Vejam esta mensagem, abaixo, que chegou
no meu “zap”:
O Natal e o Papa Francisco
Natal chegando, novenas,
preparações, correria, gastos e outras coisas mais...
Aí vem o Papa Francisco e divulga esse texto:
"Esse Papa é realmente diferente! Olhem só
a bela mensagem de NATAL:
O Natal costuma ser sempre uma
ruidosa festa; entretanto se faz necessário o silêncio, para que se consiga
ouvir a voz do Amor.
Natal é você, quando se
dispõe, todos os dias, a renascer e deixar que Deus penetre em sua alma.
O pinheiro de Natal é você,
quando com sua força, resiste aos ventos e dificuldades da vida.
Você é a decoração de Natal,
quando suas virtudes são cores que enfeitam sua vida.
Você é o sino de Natal, quando
chama, congrega, reúne.
A luz de Natal é você quando
com uma vida de bondade, paciência, alegria e generosidade consegue ser luz a
iluminar o caminho dos outros.
Você é o anjo do Natal quando
consegue entoar e cantar sua mensagem de paz, justiça e de amor.
A estrela-guia do Natal é você,
quando consegue levar alguém, ao encontro do Senhor.
Você será os Reis Magos quando
conseguir dar, de presente, o melhor de si, indistintamente a todos.
A música de Natal é você,
quando consegue também sua harmonia interior.
O presente de Natal é você,
quando consegue comportar-se como verdadeiro amigo e irmão de qualquer ser
humano.
O cartão de Natal é você,
quando a bondade está escrita no gesto de amor, de suas mãos.
Você será os “votos de Feliz
Natal” quando perdoar, restabelecendo de novo, a paz, mesmo a custo de seu
próprio sacrifício.
A ceia de Natal é você, quando
sacia de pão e esperança, qualquer carente ao seu lado.
Você é a noite de Natal quando
consciente, humilde, longe de ruídos e de grandes celebrações, em silêncio
recebe o Salvador do Mundo.
Um Feliz Natal a todos que
procuram assemelhar-se com esse Natal."
Ano
Novo Litúrgico
Refletindo
sobre a festa da Paróquia de Todos os Santos, Arquidiocese de Feira de Santana,
na Bahia/Brasil, lembrei que ela se situa no mês de novembro, dia 1º, junto com
o Dia de Finados, dia 02, e o Dia Nacional de Ação de Graças, (quarta 5ª feira
do mês de novembro) dentre outras festas também importantes do calendário civil
e litúrgico. Lembrei também que este mês reúne as últimas semanas do final do
ano litúrgico.
Concluí
que estas celebrações convidam as pessoas para viverem a sua santidade por toda
a vida (Dia de Todos os Santos) e depois da morte (Dia de Finados), bem como,
encerra esse ciclo com o louvor e o agradecimento a Deus (Dia Nacional de Ação
de Graças).
Então,
entendi que essa programação é uma sábia maneira criada pela nossa querida
Igreja Católica para nos preparar para a grande festa do nascimento de Nosso
Senhor Jesus Cristo, no início do NOVO ANO LITÚRGICO, tempo do Advento.
Para
compreender melhor, pesquisando, vejam o que encontrei sobre a estrutura do ANO
LITÚRGICO:
I
– CICLO DO NATAL
1.
ADVENTO - É o início do Ano Litúrgico e
acontece nas 04 (quatro) semanas que antecedem o Natal.
2.
Logo, o primeiro domingo do Advento é o
primeiro dia do ano novo litúrgico.
Nesse período, vivemos a expectativa diante do Cristo que
irá nascer de novo em nossos corações, libertando-nos dos nossos pecados.
3.
NATAL - Período que contém a Noite Feliz do
nascimento de Jesus Cristo.
4.
EPIFANIA - Festejada no domingo seguinte ao
Natal, lembra a manifestação de Jesus como Filho de Deus. Inclui a festa dos
Reis Magos, dizendo que Jesus veio para todos os povos. Inclui também outras
festas como a Apresentação do Senhor, no dia 02 de fevereiro.
II
– CICLO PASCAL
1.
QUARESMA - Começa na Quarta-feira de Cinzas e
vai até o Domingo de Ramos. São quarenta dias de um tempo de conversão e
penitência, quando a Igreja nos convida ao jejum, à esmola e à oração. (Mt
6,1-8.16-18).
É um tempo de preparação para a Páscoa do Senhor e nos
lembra da caminhada de 40 anos do Povo de Deus no deserto.
2.
PÁSCOA - Tem início com a Ceia do Senhor, na
Quinta-feira Santa, e vai até a Festa de Pentecostes.
Na 5ª feira, se celebra a Instituição da Eucaristia e do
Sacerdócio, e a Missa do Crisma, que reúne todos os Padres da Diocese junto ao
Bispo.
Na sexta-feira, único dia do ano que não tem Missa, ocorre
a celebração da Paixão e Morte de Jesus Cristo.
No sábado, é realizada a Vigília Pascal.
Esse Tríduo Pascal prepara os fiéis para a o Domingo da
Ressurreição.
3.
PENTECOSTES - É celebrado 50 dias após a
Páscoa, quando Jesus volta ao Pai e envia o Espírito Santo para dar apoio a
todos nós componentes da Igreja de Cristo, na caminhada em direção à casa do
Pai.
III
– TEMPO COMUM
Este
período se estende por 34 semanas, da Epifania até a Quaresma e do Pentecostes
até o Advento.
É
o tempo de cada um mostrar que fez opção por viver, no dia a dia, conforme os
ensinamentos do Evangelho de Jesus Cristo, pondo em prática tudo o que
aprendemos e vivemos no Ciclo do Natal e no Ciclo Pascal.
Por
tudo isso, lhes convoco:
-
Vamos festejar a chegada do Ano Novo Litúrgico e vamos preparar a nossa casa e
nosso coração para receber Jesus Cristo, no Natal.
* Texto de minha autoria, publicado no jornal “Nossa Gente”, da Paróquia de Todos os Santos, Arquidiocese de Feira de Santana, Bahia/Brasil e no blog: cosmecastor.blogspot.com.
Ser Professor
15 de outubro de 2020, Dia do Professor.
Em todos os meios de comunicação, inclusive, no
“zap”, desfilam muitas merecidas homenagens aos Professores.
Em muitas delas, vê-se expressões e testemunhos
emocionantes, sempre em agradecimento a esses profissionais, responsáveis pela
formação da nossa gente.
Em estudos realizados durante as pesquisas para
defesa de tese de Mestrado em Educação, pude observar que o Prof. Paulo Freire,
pernambucano, (1621 – 1997) via o Professor como aquele que ensina e também
aprende, inclusive, junto com seu aluno. Isto, num encontro democrático e
afetivo, onde ambos podem se expressar.
Ainda
nessas pesquisas, vimos que para Paulo Freire, “O homem pode refletir sobre si
mesmo e colocar-se num determinado momento, numa certa realidade: é um ser na
busca constante de ser mais e, como pode fazer esta auto-reflexão, pode
descobrir-se como um ser inacabado, que está em constante busca”. Assim é o
Professor.
Nos mesmos estudos acima citados, encontramos o
Prof. Anísio Teixeira, baiano de Caetité, (1900 – 1971) afirmando que o
Professor é um ser interessado no processo educativo; é aquele que é um
Professor, por excelência, e também um pesquisador.
Ele defendia para o Professor uma formação continuada, com repetidas capacitações
e frequente atualização. Logo, sugeria ao Professor estar sempre em formação.
Além dos Professores Paulo Freire e Anísio Teixeira,
muitos outros autores escreveram sobre o Professor, sempre confirmando esse
profissional, base do processo educacional, como uma figura de fundamental
importância para que um povo aprenda a caminhar como irmãos e a se constituir
como uma nação.
O
professor é um ser sempre coerente nos seus atos porque o seu testemunho tem um
grande significado para o aluno. Assim, o professor pode e deve manter a prática
de criar e recriar, em busca de uma constante e continuada formação, para ser o
sujeito de sua própria história. Logicamente, deverá ajudar também o educando a
despertar para a importância da busca constante de uma melhor e continuada
formação para também alcançar essa condição de sujeito da própria educação.
É
exatamente esse profissional que, merecidamente, homenageamos, hoje.
No
entanto, nem todos reconhecem a grandeza desse ser indispensável para a
formação da nossa gente.
Muitos
políticos e governantes do nosso Brasil, mestres em atitudes doentias e de interesses
particulares, condenam o Professor. Isto, porque eles não aceitam que o nosso
povo seja esclarecido e a ele seja dado o direito de pensar e agir, com
autonomia.
Na
verdade, se ao povo for concedida essa condição de saber ler e saber pensar,
ele vai saber escolher os governantes do seu Município, do seu Estado e do seu
País.
O povo
vai saber também se defender daqueles governantes que agem como marginais,
semelhantes aos do “farisaísmo legalista: fazer ver como bom e perfeito o que é
mau ou ao menos daninho, e fazer ver como mau o que é bom”. (Bíblia Sagrada. p.1648).
Recorri
à Bíblia Sagrada porque Jesus Cristo está sempre a alertar e a mostrar ao povo
o caminho da libertação, principalmente porque os governantes civis e
religiosos da sua época (conforme Lc 11,46) “carregam os homens com pesos que
não podem levar, mas vós mesmos nem sequer com um dedo vosso tocais os fardos”.
Seguindo
a leitura bíblica indicada (Lc 11,47-54) na Liturgia da Igreja Católica para
este dia 15 de outubro de 2020, Dia do Professor, vemos que Jesus continuava a se
dirigir aos governantes, chamando a atenção para a opressão que exerciam sobre
o povo.
“Depois
que Jesus saiu, os escribas e fariseus começaram a importuná-lo fortemente e a
persegui-lo com muitas perguntas, armando-lhe dessa maneira ciladas, e
procurando surpreendê-lo em alguma palavra de sua boca. (Lc 11,53-54).
Caro
Professor: situações semelhantes estamos vivendo hoje, em pleno ano de 2020. Tenham
cuidado com as ciladas! Continuem servindo ao seu irmão que precisa de sua
ajuda para sair da escuridão que lhes é imposta por esse sistema malvado e
injusto que governa o País.
E
lembrem das palavras de Jesus, que lhes chama de amigos: “Digo-vos a vós, meus
amigos: não tenhais medo daqueles que matam o corpo e depois disso nada mais
podem fazer”. (Lc 12,40).
Portanto
Professor, continue em caminhada, sempre buscando mais a aprendizagem, enquanto
ensina outros a aprenderem a aprender, caminhando e aprendendo, por toda a
vida.
Aproveito
a oportunidade para agradecer as homenagens recebidas, hoje, por ser também
Professor.
A
cada colega, pela sua escolha profissional e cumprimento de sua missão:
-
PARABÉNS, PROFESSOR!!!
Referências:
CERQUEIRA, Cosme Castor de.
Tese de Mestrado em Educação – Universidad Del Salvador/ Buenos Aires/
Argentina. 2016.
Encontro Diário com Deus:
orações e mensagens. Ano: 2020. Editora Vozes Ltda. Petrópolis. RJ. Brasil.
2019.
Ministro, peça desculpas aos professores
Cosme Castor
Qui, 01/10/2020 11:35
Asst: Ministro, peça desculpas aos professores
Ignácio de Loyola Brandão, O Estado de S.Paulo
29 de setembro de 2020 | 08h58
Ministro Milton Ribeiro, deixe-me apresentar. Sou
escritor, publiquei 46 livros, jornalista desde 1952, hoje cronista e pertenço
a duas Academias, a Brasileira e a Paulista. Este breve curriculum se deve a
quê? Aos professores que tive.
Todos de primeira linha, dedicados, cultos,
apaixonados. Desde 1975, junto a outro escritor e acadêmico da Brasileira,
Antonio Torres, atravessamos o Brasil. Convidados por professores, discutimos a
formação de leitores e literatura. Estive várias vezes no Mackenzie, sua escola,
levado por quem? Por professores que adoram seu ofício.
Ao longo destes 50 anos, conhecemos e nos
relacionamos com mais de dois ou três mil professores que desdenharam outras
profissões. Poderiam ter sido médicos, engenheiros, advogados, ministros,
astronautas, cientistas, artistas, executivos, banqueiros, e daí em diante.
Preferiram ser mestres. Ninguém vai ser professor sem paixão pelo ensino.
Deste modo, ao ler sua entrevista neste jornal,
recentemente, levei um susto com sua escorregadela: “Hoje, ser professor é ser
quase que uma declaração que a pessoa não conseguiu fazer outra coisa”. Ou
seja, são pessoas que fracassaram. Em seguida, percebendo, o senhor tentou
consertar: “É preciso a gente olhar com carinho maior para os professores”. Ou seja,
uma no prego e outra na ferradura. Um tapa, um beijo. Afago e beliscão.
Existem zilhões de profissões. Mesmo assim, o que
se depreende de sua fala é que milhões acabaram sendo professores por
incapacidade, preguiça, deficiência mental, incompetência, ignorância, burrice,
analfabetismo? Exagero?
Como escritor, trabalhando com a imaginação
exacerbada, conhecendo o absurdo da realidade tornei-me, segundo me definem
curiosamente, “vidente”, profeta. Está em meu livro Desta Terra Nada Vai
Sobrar..., publicado em 2018: “O Ministério da Educação foi eliminado, porque o
governo decidiu que quem quiser estudar, estude onde quiser, como quiser, como
puder, onde conseguir, se tiver vontade.” Antecipei Bolsonaro e o
desmantelamento do Ensino. Há dois anos vivemos o caos educacional.
O senhor, Ministro, pertence a uma escola de elite
em São Paulo, reconhecida pela qualidade. Quer dizer que os professores que dão
aulas ali, e em todas as escolas do Estado, do País, foram dar aulas porque não
acharam mais o que fazer? Ou é gente que sonhou e se formou para isso, estudou,
batalhou à exaustão, conseguiu nível de excelência? Ou porque idealizaram mudar
cabeças, melhorar o País e isso se consegue com educação?
Sei – e o senhor sabe – que o número de professores
no país, em 2017, passava de 2,5 milhões, segundo revelou Carolina Gonçalves,
da Agência Brasil. A maior parte dos professores é da educação básica, seguindo
os do ensino superior, além dos que estão na zona rural.
Será que este número enorme é de gente que não
conseguiu outro trabalho? Não puderam ser célebres no cinema, nem cientistas,
caminhoneiros, artistas, garis, bombeiros, mestres de cozinha, modelos,
publicitários, jornalistas, bailarinos, futebolistas, taxistas, assessores de
políticos, de imprensa horticultores, balconistas, metalúrgicos, motoboys,
vidraceiros, caftens, marceneiros, pedreiros, chapeiros de hambúrguer,
agrimensores, bicheiros, pianistas, donos de papelaria ou de pastelaria?
Andou pelo Brasil, Ministro? Saiu dessa confortável
poltrona em que o vejo sentado na foto do jornal? Esteve nas escolas rurais de
Pirenópolis, interior do Goiás, onde professoras madrugam para dar aulas a
filhos de camponeses? Embarcou nos barcos bibliotecas que partem de Macapá
levando livros para escolas ribeirinhas sobre o Amazonas? Esteve com as
professoras que conseguiram ensinar alunos rebeldes, tresloucados, filhos de
marginais, na Casa Meio Norte, em Teresina, hoje modelo premiado?
Esteve – como estive – na escola da aldeia dos
índios da tribo Canindé, no Ceará, e viu os jovens mantendo tradições e
manipulando computadores com o pé no futuro? Ou acha, como o presidente, que os
índios estão só queimando matas? Conviveu com professores dando aulas ao ar
livre em Rio Branco, Acre, rodeados por jovens?
Testemunhou o trabalho monumental, voluntário, dos
professores que a cada ano são voluntários nas Feiras de Livros de Ribeirão
Preto, que chega à sua 20ª edição? Ou do esforço feito em Passo Fundo pelas
Jornadas de Literatura de Tania Rösing e sua equipe? Jornadas extintas por
dificuldades financeiras. Assombre-se, elas reuniam em cada sessão – e eram
três por dia – seis mil professores formadores de leitores.
Ministro, não ignore o fundamento de uma nação, o professor. Esse que é mal pago, desconsiderado, violentado, processado por pais, agredido por alunos. Sou escritor por ter tido professores dignos.
Percorra a nossa história e verá quantas figuras fundamentais (ou não) foram
formadas por eles. Peça desculpas a essa gente, base da nação. Seu cargo é mais
importante que o do presidente da nação. Não misture alhos com bugalhos,
libere-se dos preconceitos e entre para a história colocando ordem na casa.
- Veja o que me mandaram, pelo zap:
Cosme Castor
Qui, 01/10/2020 09:21
RESPOSTA AO MINISTRO DA EDUCAÇÃO MILTON RIBEIRO,
PELA DECLARAÇÃO:
"Hoje, ser um professor é
ter quase que uma declaração de que a pessoa não conseguiu fazer outra coisa”.
Caro Ministro, sempre sonhei
ser professora. Demorei muito para realizar meu sonho, porque antes, foi
necessário que eu ingressasse no mercado de trabalho e interrompesse a
graduação em Pedagogia. Só muitos anos depois tive condições de retornar aos estudos
dessa vez, para cursar Letras, sempre na área da educação, porque muito me
orgulha a importância social desse trabalho. Sou também poeta, mas é no
magistério que exerço minha função mais importante, mais nobre.
Já sobre ser Ministro deste
governo, considero ser uma declaração de que a pessoa não conseguiu fazer nada
de nobre na vida. Ser Ministro deste governo é uma declaração de que sequer, a
pessoa tem uma biografia a zelar. Ser ministro deste governo é um atestado de
incompetência em todas as áreas da vida e em todas as dimensões humanas. Ser
Ministro deste governo é um atestado incontestável de fracasso absoluto!
Ministro, eu influenciei
positivamente meus filhos; uma Mestra em Psicologia e um graduando em
Engenharia que também foi meu aluno. Eu oriento mais de quatrocentos alunos,
ainda que remotamente, durante a pandemia, porque nunca parei de trabalhar. E o
senhor, o que faz, além de dar declarações desastrosas à imprensa?
Acaso o senhor ajudou no plano
de contingência dos estados para o retorno às aulas presenciais durante a
pandemia? Quais foram suas ações para o enfrentamento desse, que é um dos
momentos mais dramáticos da história recente da humanidade? Qual sua
contribuição, Ministro? Nenhuma!
Eu entendo perfeitamente sua
linha de raciocínio quando afirma que aqueles que escolheram o magistério, o
fizeram por não conseguirem exercer outra ocupação. Na sua lógica torta,
só tem valor a profissão bem remunerada. A sua lógica é o dinheiro. Sim, o
magistério brasileiro é a força de trabalho, com curso superior, com menor
renda neste país. Nem todos escolhem seu ofício por dinheiro. Há os que o
escolhem por amor e decidem continuar nele para lutar. Para lutar contra
embustes como o senhor, contra as más condições de trabalho e salário.
Ministro, nós venceremos! Em
muito menos de um par de anos o senhor não será lembrado, mas nós resistiremos!
Eu resistirei! E ser professor no Brasil ou em qualquer outra parte do planeta,
continuará sendo uma das profissões mais nobres a qual um ser humano poderá ter
a honra de dedicar seu tempo e a sua vida!
Recolha-se a sua
insignificância histórica, senhor Ministro!
("O senhor passará e nós passarinho!).
Márcia Friggi
* solicito se não for pedir demais para que compartilhem essa mensagem nas redes sociais, uma forma de esclarecer, resistir e lutar pela nossa causa.
Isolamento social: como aproveitar esse
tempo?
Veja o que me mandaram, pelo zap:
Cosme Castor
Qui, 01/10/2020 09:24
"Mestre,
como posso enfrentar o isolamento?
Limpa a
tua casa. A fundo. Em cada canto. Mesmo os que nunca sentiste a coragem e a
paciência para limpar. Torna a tua casa brilhante e bem cuidada. Remove poeira,
teias de aranha, impurezas. Mesmo no lugar mais oculto. A tua casa
representa-te: se cuidas dela, também te cuidas. - Mestre, mas o tempo é longo.
Depois de cuidar de mim e da minha casa, como posso viver o isolamento?
Conserta
o que pode ser corrigido e remove o que não precisas mais. Dedica-te à colcha
de retalhos, cose o início das calças, costura bem as bordas desgastadas dos
vestidos, restaura uma peça de mobiliário, repara tudo o que vale a pena
reparar. O resto, deita fora. Com gratidão. E com a consciência de que o seu
ciclo terminou. Consertar e remover o que está fora de ti permite corrigir ou
remover o que está por dentro. - Mestre e depois o quê? O que posso fazer o
tempo todo sozinho?
Semeia.
Até uma pequena semente num vaso. Cuida de uma planta, rega-a todos os dias,
fala com ela, dá um nome, remove as folhas secas e as ervas daninhas que podem
sufocá-la e roubar energia vital preciosa. É uma maneira de cuidar das tuas
sementes interiores, dos teus desejos, das tuas intenções, dos teus ideais.
-Mestre e se o vazio vier visitar-me? ... Se vier o medo da doença e da
morte?
Fala com
eles. Prepara a mesa para eles também, reserva um lugar para cada um dos teus
medos. Convida-os para jantar contigo. E pergunta-lhes por que vieram de tão
longe para a tua casa. Que mensagem eles te querem trazer. O que eles te querem
comunicar. - Mestre, acho que não posso fazer isso ... - A tua questão não é
isolar os problemas, mas o medo de enfrentar os teus dragões internos, aqueles
que sempre quiseste afastar de ti. Agora não podes fugir. Olha nos olhos deles,
ouve e descobrirás que te colocaram contra a parede. Eles isolaram-te para que
pudessem falar contigo. Como as sementes que só podem brotar se estiverem
sozinhas. (post original de Zen Toyo).
Largar
o copo
Recebi a mensagem abaixo e verifiquei
que ela pode ajudar muito a muita gente.
Por essa razão, faço essa postagem, acreditando que você, leitor, pode utilizá-la ou, pelo menos, passar adiante para ajudar a outra pessoa.
Então, vejamos:
“Cosme Castor
Ter, 29/09/2020 23:33
Reposted from @blogdoespirita
Uma psicóloga falando sobre gerenciamento do
estresse em uma palestra levantou um copo d'água. Todos pensaram que ela
perguntaria "Meio cheio ou meio vazio?". Mas com um sorriso no rosto
ela perguntou "Quanto pesa este copo de água?"
As respostas variaram entre 100 e 350g.
Ela respondeu:
"O peso absoluto não importa. Depende de quanto tempo você o segura. Se eu segurar por um minuto, não tem problema.
Se eu o segurar durante uma hora, ficarei com dor no braço. Se eu segurar por um dia meu braço ficará amortecido e paralisado. Em todos os casos o peso do copo não mudou, mas quanto mais tempo eu o segurava, mais pesado ele ficava".
Ela continuou:
"O estresse e as preocupações da vida são como aquele copo d'água. Eu penso sobre eles por um tempo e nada acontece. Eu penso sobre eles um pouco mais de tempo e eles começam a machucar. E se eu penso sobre eles durante o dia todo me sinto paralisada, incapaz de fazer qualquer coisa".
Então lembre-se de "largar o copo".
Setembro Esperança
Cosme Castor
"As pessoas que espalham amor não têm tempo nem disposição para jogar pedras” (Irmã Dulce).
O mês de setembro chegou, trazendo muita esperança para o povo brasileiro e, até, para o povo do mundo inteiro.
Setembro traz: a data oficial da Independência do Brasil; o grito dos excluídos; a data de aniversário de Maria, Mãe de Jesus; a esperança da chegada da vacina contra a corona vírus; o Dia de São Cosme e São Damião; e, dentre outros, a Bíblia, onde encontramos a Palavra de Deus.
Independência?
A independência do Brasil, celebrada no dia 7 de setembro, deveria ser o marco da implantação de uma vida mais digna para todos os brasileiros.
No entanto, apesar desse fato não acontecer, o sistema de governo vigente no País obriga o povo a decorar essa data, a partir do momento em que a pessoa, ainda criança, entra na escola. Então, se revela uma mentira e uma ação discriminatória tão grandes quanto o ato da “abolição da escravatura, no Brasil”.
Revela mentira, porque a independência não aconteceu e, muito menos, nessa data. Segundo a própria história contada na escola, a batalha final em prol da dita expulsão dos portugueses aconteceu bem depois dessa data, no dia 2 de julho de 1823, no Nordeste, mais especificamente, na Bahia.
Eles chamaram esse fato de Independência da Bahia. Conclui-se que o Brasil foi invadido pelos europeus, entrando pela Bahia, no ano de 1500 e conseguiu expulsá-los no ano de 1823, também, na Bahia.
Revela discriminação, porque os governantes, quando expulsaram os portugueses da região ao sul do País, declararam a sua independência, sem se importarem com o sofrimento dos demais brasileiros.
Na verdade, índios, africanos e nativos continuavam sob o jugo dos estrangeiros, nas demais regiões do País. Felizmente, continuaram na luta e conseguiram expulsar os portugueses, o que aconteceu bem depois do ilusório 7 de setembro de 1822.
O momento atual e real da história do Brasil registra que, depois de conseguir progredir em muitos degraus rumo à liberdade, os mesmos herdeiros dos escravagistas europeus, junto aos americanos do norte, deram um novo golpe, ignorando a democracia e escravizando o povo brasileiro, novamente.
Dessa vez, contando com muita gente dos poderes: militar, judiciário, legislativo, executivo e religioso do Brasil, que se associaram, sob o comando do poder econômico internacional. Assim, eles executaram esse mafioso plano de desarticulação e desmanche do País, determinando a volta à dependência, perdendo o direito de ser gente brasileira.
Religião subserviente
Aproveitando-se do regime democrático vigente no País, os membros dessa organização criminosa recorreram também à ignorância religiosa, que cresceu muito no seio do nosso povo.
Hoje, muitos líderes religiosos pregam um evangelho particular, de disseminação do ódio e do desejo de vingança.
Apoiam, dentre outras ideias: o uso de armas, o desrespeito à pessoa do cidadão brasileiro, a utilização da mulher como prenda para o turismo, enfim, a perseguição aos irmãos que manifestam o desejo de divulgar o amor de Cristo e de viver conforme seus ensinamentos.
Na verdade, voltaram-se para o tempo em que o sentimento de vingança era lei sagrada em todo o Oriente e o perdão era visto como uma atitude humilhante.
A Bíblia nos mostra que o povo anda repetindo o comportamento daquela gente, se afastando de Deus e se apegando às tentações que o mundo oferece, como foi registrado em 1Cor 5,1: “(...) Ouve-se dizer constantemente que se comete, em nosso meio, a luxúria, e uma luxúria tão grave que não se costuma encontrar nem mesmo entre os pagãos (...)”.
Deus quis ajudar o povo a se libertar dessa situação. Porém, apesar da “Luz vir ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois as suas obras eram más. (Jo 3,19). Na Luz, as suas obras eram reprovadas”. (Jo 3, 21). Por isso preferiram o caminho das trevas.
Esse conjunto de forças das trevas está tentando esconder o amor e divulgando cada vez mais essas suas obras más, inclusive, se apoderando ilegalmente dos símbolos nacionais, para desferirem seus golpes contra a própria nação e contra o próprio povo brasileiro, excluído do sistema.
Para tanto, não medem esforços: desrespeitam as leis do País; perdoam enormes dívidas aos parceiros desonestos; desviam verbas das áreas de interesse do povo, principalmente da educação, da saúde e da segurança; dirigem os valores desviados para setores de interesses particulares; dentre outras ações igualmente negativas.
Quando não encontram meios para legalizar suas falcatruas, fazem novas leis, numa clara ação ditatorial, escondida por trás do oficial regime democrático, em vigor no País.
Se encontram qualquer resistência aos seus desmandos, agem como escribas e fariseus, (conf. Lc 6,7.9) do tempo em que Jesus viveu entre nós: identificam líderes do povo e buscam meios de afastá-los dos seus caminhos, acusando-os de infração às leis do País, as mesmas que eles não respeitam.
Vamos vencer a covid-19
Para completar a situação desse momento crítico por que passa o nosso povo, vem a perigosa covid-19, uma pandemia que já matou mais de 135 mil pessoas, no Brasil, e muito mais, por todo o mundo.
Sobre essa pandemia, André Luís Kawahala e Rita Massarico Kawahala (Rev. Família Cristâ, Ago2020) disseram:
“E a sociedade está “pirando” com informações conflitantes vindas das redes sociais, com o crescente descrédito das mídias tradicionais que estão sendo paulatinamente atacadas -, com a polarização da discussão sobre política misturada às decisões sobre a saúde pública, e com as boas e velhas receitas caseiras com algo que muitos ainda acham que é apenas mais uma “gripe”.
Vê-se a maldade se espalhando e tomando conta do coração das pessoas, especialmente, daquelas que preferem seguir as orientações dos que primam por espalhar o terror e o ódio, por toda a nação. Essa situação é antiga, também, no Brasil: dividir para governar.
Voltando-se para os ensinamentos bíblicos, no livro de Tobias (4,16), recebemos o seguinte conselho: “Guarda-te de fazer a outrem o que não quererias que te fosse feito”. É bom lembrar que, conforme Eclo 27,30, “o desígnio criminoso volta-se contra o seu autor, que não saberá de onde lhe vem o mal”.
Essas pessoas que disseminam notícias falsas e discórdias no meio do povo, mesmo com essa situação delicada que ameaça a saúde da população mundial, especialmente a do Brasil, dizem amar o irmão. Mas amam sempre às mesmas pessoas, de quem cobram retribuição e recompensa.
O que fazer para sair dessa situação?
O egoísta e o mal governante têm sempre como objetivo a acumulação de bens e de riquezas, para a própria pessoa ou para o próprio grupo que lhe sustenta. Essas pessoas e esses grupos dizem que estão empenhadas em salvar a economia do País. Dizem estar construindo a nação que outros destruíram. Para tanto, fazem exatamente o contrário daquilo que esses outros fizeram.
Esse tipo de gestão trabalha sempre em função de manter o pobre sempre mais pobre e o rico sempre mais rico, como denuncia a Revista Família Cristã, do mês de agosto, (p.21) ano 2020:
“As 26 pessoas mais ricas do mundo detêm a mesma riqueza dos 3,8 bilhões mais pobres, que correspondem a 50% da humanidade”.
O projeto econômico dessa gente é frio e sem alma, seguindo exatamente pela contra mão do caminho do amor. Em nome da economia, usam as pessoas, especialmente, para construir seus impérios. Mesmo assim, o explorado trabalhador brasileiro vive na esperança de ter um Brasil onde todos tenham o espaço suficiente para viver uma vida digna.
O Papa Francisco nos fala sobre essa tal economia:
“Diz o Sumo Pontífice: “Sim, precisamos “re-almar” a economia! [...] hoje, mais do que nunca, tudo está intimamente conectado e a salvaguarda do ambiente não pode ser separada da justiça para
com os pobres e da solução dos problemas estruturais da economia mundial. É necessário corrigir os modelos de crescimento incapazes de garantir o respeito ao meio ambiente, o acolhimento da vida, o cuidado da família, a equidade social, a dignidade dos trabalhadores e os direitos das futuras gerações”. (Rev. Família Cristã. Ago 2020. p.21).
Em um dos artigos que escrevi há alguns meses e divulguei através de alguns meios de comunicação social, eu disse que não entendo a razão da existência de um Ministério da Economia, ou de qualquer outro, que não volte suas ações para o bem estar de toda a população do seu País.
Sim. É nessa economia que eu acredito. A economia que cumpre a sua real finalidade; sustentada sobre uma base de respeito à vida e de garantia de um ambiente de paz e harmonia para todos os integrantes da comunidade dos irmãos brasileiros.
Esperança
O bom é que o mês de setembro traz muitas coisas boas. Dentre elas, a celebração em homenagem a grandes Santos da Igreja Católica. Aqui, citaremos os irmãos São Cosme e São Damião e Maria Santíssima, Mãe de Jesus Cristo.
Os Santos Cosme e Damião eram celebrados pela Igreja Católica Apostólica Romana, até 1969, no dia 27 de setembro. Porém, com a reforma litúrgica, passou a comemorá-los no dia 26 de setembro. Na Umbanda e no Candomblé, no dia 27 de setembro. Na Igreja Ortodoxa Oriental, em 1º de novembro. Na Igreja Ortodoxa Grega, em 1º de julho.
Conforme a “Wikipédia, enciclopédia livre”, apesar da mudança na Igreja Católica, ao menos no Brasil, por conta da tradição, populares continuam fazendo comemorações no dia 27 de setembro.
Os Santos, irmãos gêmeos, nasceram na cidade de Egéia, na Arábia, por volta do ano 260. Eles eram médicos e davam um grande exemplo de solidariedade e amor às pessoas, especialmente, às mais humildes, curando doenças do corpo e da alma, em nome de Jesus Cristo, sem nada cobrar a nenhum dos beneficiados.
Por tudo isso e por se negarem a renunciar ao amor de Jesus Cristo, o imperador romano Diocleciano, os considerou inimigos dos deuses e foram perseguidos e mortos, no ano 303, em Ciro, na Síria.
Os governantes atuais continuam perseguindo a todos aqueles que defendem as pessoas mais humildes da população, no Brasil e no mundo.
A outra homenagem é prestada a Maria, Mãe de Jesus, aniversariante do dia 8 de setembro. Ainda, bem jovem, foi impressionante a sua resposta a Deus: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”. (Lc 1,38).
Maria, a primeira cristã, também conhecida por Nossa Senhora, (e por muitos outros nomes) dedicou sua vida à formação humana de Jesus. Paralelamente, preocupou-se muito com os pobres e os mais necessitados de sua comunidade. Ajudava a todos e a todas que a procuravam.
Como exemplo, na Bíblia, o evangelista João, cita o fato ocorrido nas “Bodas de Caná”, quando Maria intercedeu, junto ao seu filho Jesus, para ajudar à família que se viu em apuros: faltou vinho na festa de casamento. Ela disse à equipe que servia o vinho na festa: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. (Jo 2,5). Assim foi feito e o problema foi resolvido.
Vamos, então, pedir aos Santos Cosme e Damião, como também, a Maria, que intercedam pelo povo brasileiro junto a Jesus Cristo, para que Ele:
- ouça o “grito dos excluídos” e liberte o nosso povo dessa opressão que o sufoca e divide;
- ajude a cada um a vencer as dificuldades que o impedem de estar bem relacionado com todos os irmãos da comunidade onde vive;
- ajude as pessoas a olhar o outro com o mesmo olhar que deseja para si; mesmo porque se vemos o outro com amor, assim também ele nos verá;
- livre a nossa gente de todos os males, especialmente, desse grande mal que é a covid-19;
- ajude a cada um a proclamar a fé, comprometendo-se;
- ajude a nossa gente a voltar-se para o compromisso de viver mais, conforme a Palavra de Deus; e
- ajude aos governantes brasileiros a abandonarem a mentira e a falsidade, porque “aquele que pratica a verdade vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus”. (Jo 3,21).
Então:
- deixemos o nosso coração ser ocupado pelo amor, afastando o rancor, o orgulho, o ódio e todo tipo de situação que leve à divisão e à exclusão;
- vamos seguir o conselho da Mãe de Jesus, fazendo tudo o que Jesus disser para nós; (Jo 2,5)
- busquemos a paz e a harmonia do bem viver, unidos, por um Brasil sempre mais acolhedor, um Brasil para todos os brasileiros.
Contudo, vamos celebrar porque desistir é uma palavra que não existe no vocabulário dos brasileiros excluídos.
O brasileiro buscará sempre a liberdade e a vida em abundância que Jesus lhe oferece. (Jo 10,10)
Um abraço!
Do irmão Cosme Castor
Referências:
. Bíblia Sagrada Ave Maria – Edição de Estudos. 5ª edição. 2015. Edição Claretiana. Editora Ave Maria. São Paulo.
. São Cosme e São Damião: cruzterrasanta.com.br/historia-de-sao-cosme-e-damiao/134/10
. São Cosme e São Damião: Wikipédia, enciclopédia livre
. Revista Família Cristã. Pia Sociedade Filhas de São Paulo. Ano 86. Nº 1016. Agosto de 2020. Paulinas. Sâo Paulo (SP) Brasil.
*Leia, abaixo, a íntegra da*
```"Carta ao Povo de
Deus":```
"Somos Bispos da Igreja
Católica, de várias regiões do Brasil, em profunda comunhão com o Papa
Francisco e seu magistério e em comunhão plena com a Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil, que no exercício de sua missão evangelizadora, sempre se coloca
na defesa dos pequeninos, da justiça e da paz. Escrevemos esta Carta ao Povo de
Deus, interpelados pela gravidade do momento em que vivemos, sensíveis ao
Evangelho e à Doutrina Social da Igreja, como um serviço a todos os que desejam
ver superada esta fase de tantas incertezas e tanto sofrimento do povo.
Evangelizar é a missão própria da
Igreja, herdada de Jesus. Ela tem consciência de que “evangelizar é tornar o
Reino de Deus presente no mundo” (Alegria do Evangelho, 176). Temos clareza de
que “a proposta do Evangelho não consiste só numa relação pessoal com Deus. A
nossa reposta de amor não deveria ser entendida como uma mera soma de pequenos
gestos pessoais a favor de alguns indivíduos necessitados [...], uma série de
ações destinadas apenas a tranquilizar a própria consciência. A proposta é o
Reino de Deus [...] (Lc 4,43 e Mt 6,33)” (Alegria do Evangelho, 180). Nasce daí
a compreensão de que o Reino de Deus é dom, compromisso e meta.
É neste horizonte que nos
posicionamos frente à realidade atual do Brasil. Não temos interesses
político-partidários, econômicos, ideológicos ou de qualquer outra natureza.
Nosso único interesse é o Reino de Deus, presente em nossa história, na medida
em que avançamos na construção de uma sociedade estruturalmente justa, fraterna
e solidária, como uma civilização do amor.
O Brasil atravessa um dos períodos
mais difíceis de sua história, comparado a uma “tempestade perfeita” que,
dolorosamente, precisa ser atravessada. A causa dessa tempestade é a combinação
de uma crise de saúde sem precedentes, com um avassalador colapso da economia e
com a tensão que se abate sobre os fundamentos da República, provocada em
grande medida pelo Presidente da República e outros setores da sociedade,
resultando numa profunda crise política e de governança.
Este cenário de perigosos impasses,
que colocam nosso País à prova, exige de suas instituições, líderes e
organizações civis muito mais diálogo do que discursos ideológicos fechados.
Somos convocados a apresentar propostas e pactos objetivos, com vistas à
superação dos grandes desafios, em favor da vida, principalmente dos segmentos
mais vulneráveis e excluídos, nesta sociedade estruturalmente desigual, injusta
e violenta. Essa realidade não comporta indiferença.
É dever de quem se coloca na defesa
da vida posicionar-se, claramente, em relação a esse cenário. As escolhas
políticas que nos trouxeram até aqui e a narrativa que propõe a complacência
frente aos desmandos do Governo Federal, não justificam a inércia e a omissão
no combate às mazelas que se abateram sobre o povo brasileiro. Mazelas que se
abatem também sobre a Casa Comum, ameaçada constantemente pela ação
inescrupulosa de madeireiros, garimpeiros, mineradores, latifundiários e outros
defensores de um desenvolvimento que despreza os direitos humanos e os da mãe
terra. “Não podemos pretender ser saudáveis num mundo que está doente. As
feridas causadas à nossa mãe terra sangram também a nós” (Papa Francisco, Carta
ao Presidente da Colômbia por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente, 05/06/2020).
Todos, pessoas e instituições,
seremos julgados pelas ações ou omissões neste momento tão grave e desafiador.
Assistimos, sistematicamente, a discursos anticientíficos, que tentam
naturalizar ou normalizar o flagelo dos milhares de mortes pela COVID-19, tratando-o
como fruto do acaso ou do castigo divino, o caos socioeconômico que se
avizinha, com o desemprego e a carestia que são projetados para os próximos
meses, e os conchavos políticos que visam à manutenção do poder a qualquer
preço. Esse discurso não se baseia nos princípios éticos e morais, tampouco
suporta ser confrontado com a Tradição e a Doutrina Social da Igreja, no
seguimento Àquele que veio “para que todos tenham vida e a tenham em
abundância” (Jo 10,10).
Analisando o cenário político, sem paixões,
percebemos claramente a incapacidade e inabilidade do Governo Federal em
enfrentar essas crises. As reformas trabalhista e previdenciária, tidas como
para melhorarem a vida dos mais pobres, mostraram-se como armadilhas que
precarizaram ainda mais a vida do povo. É verdade que o Brasil necessita de
medidas e reformas sérias, mas não como as que foram feitas, cujos resultados
pioraram a vida dos pobres, desprotegeram vulneráveis, liberaram o uso de
agrotóxicos antes proibidos, afrouxaram o controle de desmatamentos e, por
isso, não favoreceram o bem comum e a paz social. É insustentável uma economia
que insiste no neoliberalismo, que privilegia o monopólio de pequenos grupos
poderosos em detrimento da grande maioria da população.
O sistema do atual governo não coloca
no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos
interesses de uma “economia que mata” (Alegria do Evangelho, 53), centrada no
mercado e no lucro a qualquer preço. Convivemos, assim, com a incapacidade e a
incompetência do Governo Federal, para coordenar suas ações, agravadas pelo
fato de ele se colocar contra a ciência, contra estados e municípios, contra
poderes da República; por se aproximar do totalitarismo e utilizar de
expedientes condenáveis, como o apoio e o estímulo a atos contra a democracia,
a flexibilização das leis de trânsito e do uso de armas de fogo pela população,
e das leis do trânsito e o recurso à prática de suspeitas ações de comunicação,
como as notícias falsas, que mobilizam uma massa de seguidores radicais.
O desprezo pela educação, cultura,
saúde e pela diplomacia também nos estarrece. Esse desprezo é visível nas
demonstrações de raiva pela educação pública; no apelo a ideias obscurantistas;
na escolha da educação como inimiga; nos sucessivos e grosseiros erros na
escolha dos ministros da educação e do meio ambiente e do secretário da
cultura; no desconhecimento e depreciação de processos pedagógicos e de
importantes pensadores do Brasil; na repugnância pela consciência crítica e
pela liberdade de pensamento e de imprensa; na desqualificação das relações
diplomáticas com vários países; na indiferença pelo fato de o Brasil ocupar um
dos primeiros lugares em número de infectados e mortos pela pandemia sem,
sequer, ter um ministro titular no Ministério da Saúde; na desnecessária tensão
com os outros entes da República na coordenação do enfrentamento da pandemia;
na falta de sensibilidade para com os familiares dos mortos pelo novo
coronavírus e pelos profissionais da saúde, que estão adoecendo nos esforços
para salvar vidas.
No plano econômico, o ministro da
economia desdenha dos pequenos empresários, responsáveis pela maioria dos
empregos no País, privilegiando apenas grandes grupos econômicos,
concentradores de renda e os grupos financeiros que nada produzem. A recessão
que nos assombra pode fazer o número de desempregados ultrapassar 20 milhões de
brasileiros. Há uma brutal descontinuidade da destinação de recursos para as
políticas públicas no campo da alimentação, educação, moradia e geração de
renda.
Fechando os olhos aos apelos de
entidades nacionais e internacionais, o Governo Federal demonstra omissão,
apatia e rechaço pelos mais pobres e vulneráveis da sociedade, quais sejam: as
comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas, as populações das periferias
urbanas, dos cortiços e o povo que vive nas ruas, aos milhares, em todo o
Brasil. Estes são os mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus e,
lamentavelmente, não vislumbram medida efetiva que os levem a ter esperança de
superar as crises sanitária e econômica que lhes são impostas de forma cruel. O
Presidente da República, há poucos dias, no Plano Emergencial para
Enfrentamento à COVID-19, aprovado no legislativo federal, sob o argumento de
não haver previsão orçamentária, dentre outros pontos, vetou o acesso a água
potável, material de higiene, oferta de leitos hospitalares e de terapia
intensiva, ventiladores e máquinas de oxigenação sanguínea, nos territórios
indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais (Cf. Presidência da CNBB,
Carta Aberta ao Congresso Nacional, 13/07/2020).
Até a religião é utilizada para
manipular sentimentos e crenças, provocar divisões, difundir o ódio, criar
tensões entre igrejas e seus líderes. Ressalte-se o quanto é perniciosa toda
associação entre religião e poder no Estado laico, especialmente a associação
entre grupos religiosos fundamentalistas e a manutenção do poder autoritário.
Como não ficarmos indignados diante do uso do nome de Deus e de sua Santa
Palavra, misturados a falas e posturas preconceituosas, que incitam ao ódio, ao
invés de pregar o amor, para legitimar práticas que não condizem com o Reino de
Deus e sua justiça?
O momento é de unidade no respeito à
pluralidade! Por isso, propomos um amplo diálogo nacional que envolva humanistas,
os comprometidos com a democracia, movimentos sociais, homens e mulheres de boa
vontade, para que seja restabelecido o respeito à Constituição Federal e ao
Estado Democrático de Direito, com ética na política, com transparência das
informações e dos gastos públicos, com uma economia que vise ao bem comum, com
justiça socioambiental, com “terra, teto e trabalho”, com alegria e proteção da
família, com educação e saúde integrais e de qualidade para todos. Estamos
comprometidos com o recente “Pacto pela vida e pelo Brasil”, da CNBB e
entidades da sociedade civil brasileira, e em sintonia com o Papa Francisco,
que convoca a humanidade para pensar um novo “Pacto Educativo Global” e a nova
“Economia de Francisco e Clara”, bem como, unimo-nos aos movimentos eclesiais e
populares que buscam novas e urgentes alternativas para o Brasil.
Neste tempo da pandemia que nos
obriga ao distanciamento social e nos ensina um “novo normal”, estamos
redescobrindo nossas casas e famílias como nossa Igreja doméstica, um espaço do
encontro com Deus e com os irmãos e irmãs. É sobretudo nesse ambiente que deve
brilhar a luz do Evangelho que nos faz compreender que este tempo não é para a
indiferença, para egoísmos, para divisões nem para o esquecimento (cf. Papa
Francisco, Mensagem Urbi et Orbi, 12/4/20).
Despertemo-nos, portanto, do sono que
nos imobiliza e nos faz meros espectadores da realidade de milhares de mortes e
da violência que nos assolam. Com o apóstolo São Paulo, alertamos que “a noite
vai avançada e o dia se aproxima; rejeitemos as obras das trevas e vistamos a
armadura da luz” (Rm 13,12).
_O Senhor vos abençoe e vos guarde.
Ele vos mostre a sua face e se compadeça de vós._
_O Senhor volte para vós o seu olhar
e vos dê a sua paz! *(Nm 6,24-26).*_