Experiência de Deus
Resolvi fazer uma experiência de Deus.
Aproveitei a saudosa ausência de Nivaldo para ficar sozinho, em casa, no São João, em 2017.
O ausente: eu, Nivaldo ou nenhum dos dois?
Descobri:
- Eu estava só, mas nunca estive sozinho;
- Ao nascer, logo vi que eu não era eu. Eu era uma extensão de dois seres que já existiam e, por amor, me trouxeram para ser nós, com eles e outros.
Eu era nós: eu, meu pai e minha mãe.
Logo em seguida vi que eu era bem mais do que o nós que eu podia perceber.
Eu era eu, meu pai, (Frutuoso/Nonô de Paranaguá), minha mãe, (Feliciana/D. Bem), irmãos, avós, primos, amigos e mais um mundo de gente do povoado da Usina Terra Nova, da Usina Paranaguá, do município de Santo Amaro da Purificação, do estado da Bahia, do Brasil e de todo o mundo.
Quem disse que parou por aí?
A cada dia eu/nós era mais gente e mais gentes.
Eu/nós era um mundo de gente dentro de um mundo de 5 continentes, dentro de um mundo terra, que fica dentro de um mundo universo.
Descobri que eu jamais consigo ficar só.
Quanto ao eu/nós irmãos, inicialmente, encontrei Raimundo (Mundinho, irmão por parte de Pai), Nilda (Ia) e Nilza (Nena).
Depois, eu cheguei.
Minha avó Zéia, mãe de minha mãe, me disse que antes da minha chegada por aqui, 4 (quatro) irmãs e 1 (um) irmão tentaram vir e não conseguiram. Eu cheguei e fiquei.
Com isso, ela me chamou de “subejo da morte” (termo usado em substituição à expressão “resto da morte”) e disse que eu quase morri, mas resisti.
Minha Avó completou, dizendo que eu vim, cheguei forte, fiquei e segurei os que vieram depois de mim.
Sim!
Depois que eu cheguei, meus pais trouxeram mais 4 (quatro) eu/nós para ficar comigo e com todos nós:
- Nilzete (Nil);
- Nilson (Dica);
- Nivaldo (A ou Azinho ou Badinho); e
- Nilzélia, a caçula.
Portanto, jamais fui somente eu, jamais fui sozinho.
Hoje, aqui dentro de casa, Feira de Santana – Bahia, Brasil, eu senti mais de perto a presença de Deus em mim.
Jesus Cristo e Sua/nossa Mãe Maria estavam ali, também, comigo, a me acompanhar.
Essa presença se traduzia no meu recolhimento, sem solidão.
Isto porque percebia a companhia de Nivaldo, com seu jeito de brincar, de provocar a mim e a Nilson, principalmente, quando o tema era política brasileira.
Eu tinha também a companhia de todos os familiares, mesmo estando eles onde estavam, em Feira, em Terra Nova, em Salvador, em Gandu e em outras localidades, dançando o forró, ou não.
Tenho certeza de que, onde estavam, sentiam a minha presença, através das lembranças do meu jeito de ser, naquelas ocasiões.
Creio que diziam:
- Se painho estivesse aqui, (...);
- Se meu avô estivesse aqui, (...);
- Se Cosme estivesse aqui, (...);
- Se Dadai estivesse aqui, (...).
Creio que todos diziam, também:
- É como se ele estivesse aqui!
- Todos perguntam por ele!
- Tudo aqui nos faz lembrar dele!
- Mas ele quis ficar sozinho!
- Vamos respeitar!
E nem percebiam que eu estava ali, em cada um.
Nem lembraram que Nivaldo estava comigo e eu com ele.
E nem percebiam que todos eles estavam comigo e que não me deixaram só.
Nem percebiam que cada um era eu e, também, que eu sou cada um.
Descobri que a palavra EU é plural. Dispensa até a palavra NÓS, em determinadas situações.
Sinto que EU não sou somente EU.
Sou NÓS, um projeto de Deus
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