quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Gestão da Escola Polivalente de Santo Estêvão: uma experiência de direção do processo de ensino

 

 
A Escola Polivalente de Santo Estêvão - EPSA é uma escola que teve sua origem no PREMEM – Programa de Expansão e Melhoria do Ensino Médio, quando o Ministério de Educação do Brasil resolveu criar 300 escolas, em 04 estados brasileiros, com uma organização moderna, dotados de instalações específicas para o ensino de Artes Industriais, Técnicas Comerciais, Educação para o Lar e Técnicas Agrícolas, num prédio construído adequadamente e devidamente equipado, inclusive com Bibliotecas e Laboratórios modernos, além de Professores e toda a equipe devidamente qualificada, licenciados por Faculdade de Filosofia ou de Educação, na Bahia, licenciados pela Faculdade de Educação da UFBA – Universidade Federal da Bahia.

Após passar por concurso e curso de Pedagogia, com especialização em Administração Escolar, o gestor/Diretor, um jovem de 24 anos de idade, foi contratado pela Secretaria de Educação e assumiu a missão de implantar e dirigir a Escola Polivalente de Santo Estêvão - EPSE, localizada na cidade de Santo Estêvão, Estado da Bahia, em agosto de 1972, começando por receber oficialmente, da construtora, o prédio da escola e, dos fornecedores, os equipamentos característicos das Escolas Polivalentes. Em seguida, recebeu e executou o processo de contratação dos concursados para compor o quadro de pessoal da escola.

Era o início de uma experiência que viria a modificar a visão da educação até ali oferecida no Brasil, quando a criança ia à escola para receber uma educação literária que a preparasse para o vestibular e assim tivesse acesso ao ensino universitário. Nessa época, começava a surgir a necessidade absoluta de uma educação escolar para todos, de característica não somente literária mas também técnica e científica, de forma que a escola oferecesse uma educação que ensinasse a trabalhar, a produzir e, essencialmente, a viver. Por isso, no segundo ano de funcionamento da Escola Polivalente, implantou o curso de Ensino Supletivo, no turno noturno, visando atender a jovens e adultos que não tiveram oportunidade de frequentar a escola na faixa etária regular.

Com ansiedades e incertezas mas consciente de que o fator mais importante de todo o êxito da escola dependia da visão, da dedicação, da energia e da liderança do gestor, para que ali se desenvolvesse um ensino de boa qualidade, o diretor assumiu uma postura de conduzir o processo, de forma que todas as partes pudessem interagir, dando a sua contribuição e sentindo-se sujeito daquela ação de implantação da Escola.

Assim, o gestor, Diretor da Escola, planejou suas ações a serem executadas internamente, junto aos professores, coordenadores, alunos e toda a sua equipe técnica e de apoio administrativo, bem como, externamente, junto às representações da comunidade, incluindo autoridades municipais e educacionais, alunos, pais de alunos, associações, dentre outras. Tudo isso se realizou, com especial atenção aos paradigmas, aos modelos, aos conflitos, etc. existentes no processo de comunicação do conhecimento e na transmissão e cultivo dos valores sociais.

Internamente, o Diretor agiu junto aos professores, supervisores, orientadores, alunos e todo o pessoal de apoio, levando-os a participar da implantação, desde a elaboração do regimento interno da Escola. Cada um instituía os seus direitos e deveres e identificava as normas que passariam a reger as ações de sua responsabilidade. No dia a dia, alunos, professores e demais membros da equipe eram convocados para participar das decisões que dizia respeito à comunidade escolar, compartilhando de planejamentos e de tomadas de decisão que interessava a todos.

Esta forma de agir do Diretor se constituía numa grande motivação para cada integrante da equipe gestora e dos alunos porque estavam cumprindo normas comportamentais por eles elaboradas. Cada um se sentia respeitado, valorizado, importante e responsável pelos resultados do processo da aprendizagem.

A equipe gestora buscou sempre oferecer condições para que cada um pudesse executar suas funções, e os professores, motivados por essas condições e pela preparação que receberam no curso de formação, felicitavam os alunos pelo cumprimento de suas atividades, demonstravam para o aluno a importância da presença dele nas atividades de classe, buscavam ouvir o aluno e levavam em consideração o conhecimento que ele trazia, sempre atentos às suas solicitações e demandas. Tudo isso, junto à estrutura do prédio e de todo o espaço físico, funcionava como uma motivação, endógena e/ou exógena, no processo de aprendizagem.

Externamente, o Diretor criou e fez funcionar o CONSECOM – Conselho Comunitário, que permitia o compartilhamento da gestão escolar com a comunidade.

Através desse Conselho, fez parcerias com instituições e com as diversas representações da comunidade, ampliando as ações da escola em direção ao aumento das condições para a execução do processo de aprendizagem com resultados mais eficazes. Assim, eram desenvolvidas atividades de formação da juventude e da própria comunidade, nos aspectos social, religioso, familiar, esportivo, técnico e produtivo, na área urbana e rural do município de Santo Estêvão, como também, nos municípios de Antônio Cardoso e de Ipecaetá, que integravam o Complexo Escolar Polivalente.
Pelo seu desempenho e pelos resultados percebidos pela comunidade, o Diretor da Escola recebeu uma “Moção de Congratulação” do PREMEM – Programa de Expansão e Melhoria do Ensino Médio, do Ministério de Educação e Cultura e, pela qualidade da educação oferecida pela escola, na comunidade de Santo Estêvão, se diz que a educação é marcada por dois tempos: antes da Escola Polivalente e depois da Escola Polivalente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário