A
Escola Polivalente de Santo Estêvão - EPSA é uma escola que teve sua origem no
PREMEM – Programa de Expansão e Melhoria do Ensino Médio, quando o Ministério
de Educação do Brasil resolveu criar 300 escolas, em 04 estados brasileiros,
com uma organização moderna, dotados de instalações específicas para o ensino
de Artes Industriais, Técnicas Comerciais, Educação para o Lar e Técnicas
Agrícolas, num prédio construído adequadamente e devidamente equipado,
inclusive com Bibliotecas e Laboratórios modernos, além de Professores e toda a
equipe devidamente qualificada, licenciados por Faculdade de Filosofia ou de
Educação, na Bahia, licenciados pela Faculdade de Educação da UFBA –
Universidade Federal da Bahia.
Após
passar por concurso e curso de Pedagogia, com especialização em Administração
Escolar, o gestor/Diretor, um jovem de 24 anos de idade, foi contratado pela
Secretaria de Educação e assumiu a missão de implantar e dirigir a Escola
Polivalente de Santo Estêvão - EPSE, localizada na cidade de Santo Estêvão,
Estado da Bahia, em agosto de 1972, começando por receber oficialmente, da
construtora, o prédio da escola e, dos fornecedores, os equipamentos
característicos das Escolas Polivalentes. Em seguida, recebeu e executou o
processo de contratação dos concursados para compor o quadro de pessoal da
escola.
Era
o início de uma experiência que viria a modificar a visão da educação até ali
oferecida no Brasil, quando a criança ia à escola para receber uma educação
literária que a preparasse para o vestibular e assim tivesse acesso ao ensino
universitário. Nessa época, começava a surgir a necessidade absoluta de uma educação
escolar para todos, de característica não somente literária mas também técnica e
científica, de forma que a escola oferecesse uma educação que ensinasse a
trabalhar, a produzir e, essencialmente, a viver. Por isso, no segundo ano de
funcionamento da Escola Polivalente, implantou o curso de Ensino Supletivo, no
turno noturno, visando atender a jovens e adultos que não tiveram oportunidade
de frequentar a escola na faixa etária regular.
Com
ansiedades e incertezas mas consciente de que o fator mais importante de todo o
êxito da escola dependia da visão, da dedicação, da energia e da liderança do
gestor, para que ali se desenvolvesse um ensino de boa qualidade, o diretor
assumiu uma postura de conduzir o processo, de forma que todas as partes
pudessem interagir, dando a sua contribuição e sentindo-se sujeito daquela ação
de implantação da Escola.
Assim,
o gestor, Diretor da Escola, planejou suas ações a serem executadas
internamente, junto aos professores, coordenadores, alunos e toda a sua equipe
técnica e de apoio administrativo, bem como, externamente, junto às
representações da comunidade, incluindo autoridades municipais e educacionais,
alunos, pais de alunos, associações, dentre outras. Tudo isso se realizou, com
especial atenção aos paradigmas, aos modelos, aos conflitos, etc. existentes no
processo de comunicação do conhecimento e na transmissão e cultivo dos valores
sociais.
Internamente,
o Diretor agiu junto aos professores, supervisores, orientadores, alunos e todo
o pessoal de apoio, levando-os a participar da implantação, desde a elaboração
do regimento interno da Escola. Cada um instituía os seus direitos e deveres e identificava
as normas que passariam a reger as ações de sua responsabilidade. No dia a dia,
alunos, professores e demais membros da equipe eram convocados para participar
das decisões que dizia respeito à comunidade escolar, compartilhando de
planejamentos e de tomadas de decisão que interessava a todos.
Esta
forma de agir do Diretor se constituía numa grande motivação para cada
integrante da equipe gestora e dos alunos porque estavam cumprindo normas
comportamentais por eles elaboradas. Cada um se sentia respeitado, valorizado,
importante e responsável pelos resultados do processo da aprendizagem.
A
equipe gestora buscou sempre oferecer condições para que cada um pudesse
executar suas funções, e os professores, motivados por essas condições e pela
preparação que receberam no curso de formação, felicitavam os alunos pelo
cumprimento de suas atividades, demonstravam para o aluno a importância da
presença dele nas atividades de classe, buscavam ouvir o aluno e levavam em
consideração o conhecimento que ele trazia, sempre atentos às suas solicitações
e demandas. Tudo isso, junto à estrutura do prédio e de todo o espaço físico,
funcionava como uma motivação, endógena e/ou exógena, no processo de
aprendizagem.
Externamente,
o Diretor criou e fez funcionar o CONSECOM – Conselho Comunitário, que permitia
o compartilhamento da gestão escolar com a comunidade.
Através
desse Conselho, fez parcerias com instituições e com as diversas representações
da comunidade, ampliando as ações da escola em direção ao aumento das condições
para a execução do processo de aprendizagem com resultados mais eficazes.
Assim, eram desenvolvidas atividades de formação da juventude e da própria
comunidade, nos aspectos social, religioso, familiar, esportivo, técnico e
produtivo, na área urbana e rural do município de Santo Estêvão, como também, nos
municípios de Antônio Cardoso e de Ipecaetá, que integravam o Complexo Escolar
Polivalente.
Pelo seu desempenho e
pelos resultados percebidos pela comunidade, o Diretor da Escola recebeu uma
“Moção de Congratulação” do PREMEM – Programa de Expansão e Melhoria do Ensino
Médio, do Ministério de Educação e Cultura e, pela qualidade da educação
oferecida pela escola, na comunidade de Santo Estêvão, se diz que a educação é
marcada por dois tempos: antes da Escola Polivalente e depois da Escola
Polivalente.