No meu tempo... (3)
Voltei a visitar meu amigo, aquele
que diz que as coisas aconteciam de uma forma diferente, no seu tempo.
Desta vez, começamos a conversar, falando do
Evangelho de Jesus Cristo, apresentado e discutido pela Igreja Católica, naquele
dia, (Lc 18,9-14) que falava do fariseu e do cobrador de impostos, em oração, num
Templo.
O fariseu, nos bancos da frente, dava graças a
Deus por não ser pecador, como muitos, inclusive, como aquele cobrador de
impostos, ali atrás.
O cobrador de impostos, humildemente, reconhecia
ser um pecador.
Então, a nossa conversa girou sobre a guerra,
entre a Rússia e a Ucrânia. E concordamos que não se pode admitir, nos dias de
hoje, atitudes como essa do Presidente da Rússia.
O Presidente da Rússia se acha perfeito, como
aquele fariseu, com direito de julgar e condenar o outro?
O que terá feito o Presidente da Ucrânia, de
tão grave? Ousou ter liberdade para dirigir seu povo? Ousou ser independente da
Rússia, como o Brasil o “é”, dos Estados Unidos e de países europeus, dentre
outros?
Faz lembrar atitudes semelhantes exercidas
pelos Estados Unidos, contra o Iraque e contra tantos outros países, inclusive,
muitos sul americanos.
Realmente, um absurdo! Inadmissível!
Concordamos com a maioria das pessoas do
“resto” do mundo e nos juntamos a elas para pedir a Deus que faça parar essas
guerras.
Conversamos um bocado sobre esse assunto.
Concluímos que, nesse caso, imperou a
violência, a ambição, a raiva e a ira, que levaram os dois países à guerra.
Fizeram e continuam fazendo grandes gastos, produzindo a fome e a morte para milhares
de pessoas.
Não seria bem melhor aplicar esse dinheiro, para
fazer crescer o amor, a paz e o bem estar dos milhões de irmãos, por todo o
mundo, atingidos por esse desastroso acontecimento?
Continuamos conversando e lembramos que
gostamos de comparar os tempos de hoje com os tempos do “meu tempo...”.
Vimos que, muitas vezes, agimos como aquele fariseu,
citado no Evangelho. Escolhemos um lado, geralmente, o que consideramos mais
forte, o da perfeição.
Por
outro lado, apontamos o nosso dedo para o irmão, do lado mais fraco, numerando
e nomeando seus pecados e defeitos. Muito cômodo!
Lembramos que o lado do fariseu sempre cria
falsas informações e as distribui ao maior número possível de pessoas. Repetem
esse ato muitas vezes, ao dia, para fazer os menos avisados acreditarem nessas
falsas mensagens.
E o meu amigo disse que os meios de comunicação
têm uma grande responsabilidade, no que se refere à manutenção dessa situação
alarmante, que determina o comportamento do nosso povo e provoca o crescimento
da grande distância que existe entre os mais abastados e os mais necessitados.
Esse povo, perdido nessa onda de crimes e de
notícias enganosas, colabora com os enganadores, aumentando o próprio
sofrimento.
Por esses canais, disseram também que a
pandemia deixou as pessoas mais humanas, mais amigas e mais preocupadas, umas
com as outras.
Porém, as notícias, diariamente, mostram o
aumento dos casos de crimes, cometidos por autoridades e por pessoas do povo,
contra o próprio povo.
Constatamos que é o povo que sai perdendo. Não
encontra nem mesmo o que comer e nem um cantinho para repousar. Não tem como e
nem onde buscar forças para vencer as adversidades. E, às vezes, nem percebe
que apenas é usado e abandonado à própria sorte.
Lembrou, também, que essas consequências recaem
mais sobre as crianças e os idosos. As pessoas não respeitam mais os idosos
como no tempo dele.
E continuou dizendo que as pessoas, hoje, andam
tão perturbadas, que descarregam suas raivas e frustrações, na primeira criança
e/ou idoso, menos protegidos, que encontram, naquele momento.
Eu lhe disse:
- Pois é, meu Velho! Diz o ditado popular que a
corda sempre quebra do lado mais fraco.
- Precisamos tomar cuidado, quando estivermos
do lado mais forte, para tentar diminuir essa distância entre um e outro lado.
- Lembremos que a Quaresma sugere voltar para o
irmão, ao nosso lado, que precisa de um pouquinho mais da nossa atenção.
Então, meu amigo disse:
- As pessoas serão muito mais felizes, quando perdoarem
e quando abandonarem o ódio e a raiva que carregam dentro de si.
- Assim, essas pessoas vão viver o amor, que
sempre esteve e que continua ao seu alcance, todos os dias da sua vida.
- Cosme Castor, volte mais vezes para essa
nossa conversa!
Com certeza, Amigo! Até a próxima! Um abraço!
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